O perigo vem do mar ( Por Alex )


Lá estava eu, sentado na areia, pronto para entrar no mar ... pensativo, não muito decidido, oscilante, parei de pensar e fui...

A água do mar estava incrivelmente deliciosa, um dia fantástico. Apesar de o mar sempre me fazer bem e me alimentar, naquele dia eu sabia que seria diferente.

Ao atingir certa profundidade resolvi submergir, mas antes disso olhei a minha volta e todos os meus amigos estavam lá, comigo.

Ao afundar a cabeça na água vi um mundo sinergicamente colorido e assustadoramente povoado. Apenas eu tinha o privilégio de poder prender a respiração pelo tempo que quisesse e visualizar o mundo aquático.

Como se meus olhos fossem grandes lunetas de grande alcance, vi cada detalhe, cada peixe, cada coral, cada ser, por menor que eles fossem. Era lindo, fascinante, atraente, mas não era o meu mundo.

Vi os corpos dos meus amigos, batendo as pernas, balançando os braços, felizes e sem saber de absolutamente nada. Minha visão, de repente, tomou uma proporção de 180º graus, e pude ver tudo mais nítido ainda.

Vi o perigo, o mar estava infestado de tubarões, de todos os tipos, tamanhos e cores. Houve certo pânico de minha parte, mas tentei controlá-lo.

Olhei para o meu lado e vi um tubarão com seu olhar vacilando sobre o meu, minha respiração passou a ser infinita sob a água e vi que poderia ficar ali o tempo que fosse necessário. Tentei com muito custo avisar meus amigos sobre o perigo que corriam, mas foi em vão, estavam todos acreditando em suas falsas alegrias.

Eles poderiam ser atacados a qualquer momento e eu não poderia fazer absolutamente nada para protegê-los.

Vi a divisão, o limiar de dois mundos, eu estava entre a cruz e a espada, entre o masculino e o feminino, entre o certo e o errado, entre a tempestade e a bonança.

De certa maneira pude ver o lugar que eu estava habitando, que havia riscos e que não podia mais corrê-los. Sai do mar, nadando calmamente e sem medo, nunca mais vi o mar daquele jeito, tão perigoso, tão inconstante, tão periculoso.

Meus amigos nada sofreram, saíram ilesos, mas continuaram a entrar no mar bravio, jogados a sorte ou ao azar.

Tomei algumas várias decisões em minha vida, decisões importantes e urgentes.
Na vida real, até tentei avisá-los, fica a tentativa e intenção que é mais importante.

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