La Obscenidad y la Ley de Reflexión - Henry Miller


Do latim, obscenus: sinistro, fatal, indecente, obsceno.

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Em um estado profundo adiamos a ação para sempre. Paqueramos o destino e arrulhamo-nos com mitos para nos adormecer.

Morremos com os sofrimentos de nossas próprias lendas trágicas como aranhas presas em suas próprias teias. Se há algo que merece ser chamado '' obsceno '' é esse confronto fugaz e de relance com os mistérios, esse andar até a borda do abismo, gozando de todos os êxtases da vertigem, mas relutando em ceder ao feitiço do desconhecido.

O obsceno possui todas as propriedades da zona oculta. É tão vasto quanto o próprio inconsciente, e tão amorfo e fluído como a substância mesma do inconsciente. É o que vem à tona como algo estranho, embriagador e proibido e que, portanto, paralisa e seduz quando, tal como Narciso, observamos a nossa imagem diante do espelho da nossa própria iniquidade.

É bem conhecido por todos e ao mesmo tempo menosprezado e rejeitado, razão pela qual aflora sem cessar com máscaras proteiformes, nos momentos menos esperados. Quando é reconhecido e aceito, quer como produto da imaginação, quer como parte integrante da realidade humana, inspira o mesmo horror e aversão que poderia produzir o lótus florido que submerge suas raízes na lama do rio que lhe deu origem.

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