As Intermitências da Morte - Jose Saramago ( Livro )

... não resistiremos a recordar que a morte, por si mesma, sozinha, sem qualquer ajuda externa, sempre matou muito menos que o homem. ( ... )

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O homem está ali parado, no meio do passeio, com a sua estupenda saúde, a sua sólida cabeça, tão sólida que nem mesmo agora lhe dói apesar do terrível choque, de repente o mundo deixou de lhe pertencer eu ele de pertencer ao mundo.

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A morte conhece tudo a nosso respeito, e talvez por isso seja triste.

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Há quem diga com humor menor macabro que de mau gosto, que ela leva afivelada uma espécie de sorriso permanente, mas isso não é verdade, o que ela traz a vista é um esgar de sofrimento, porque a recordação do tempo em que tinha boca, e a boca língua, e a língua saliva, e persegue continuamente.
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( ... ) cruzando sobre a mesa os magros braços, deixou descair a cabeça sobre eles, não para dormir, porque morte não dorme, mas para descansar. ( ... )

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Realmente não há nada no mundo mais nu que um esqueleto.

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Momentos de fraqueza na vida qualquer um os poderá ter, e, se hoje passámos sem eles, tenhamo-los por certos amanhã.

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( ... ) não se deve nunca distrair o artista na sua arte.

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Não brinque comigo, estamos como no jogo do gato e do rato, Excepto se o rato conseguir pôr um guizo no pescoço do gato.

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( trechos do Livro de Jose Saramago - As Intermitências da Morte ) Amei, Leiam!

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