Estar no ônibus te faz enxergar a vida por outra ótica. Onde você se torna o telespectador e a vida passa através das janelas sujas e embasadas do coletivo.
Era tarde e havia saído do trabalho. Cansado e sem muito foco a frente, apenas ao lado, ao lado esquerdo do ônibus.
Ouvindo uma música qualquer e triste, reparei no menino do farol.
Ele não vendia nada, mas começou a conversar com o motorista do carro preto e caro. De repente vi que este motorista não estava só, provavelmente, ao seu lado estava sua esposa ou namorada.
Nunca vou saber as palavras ali trocadas, jamais conseguiria ouvir, mas tentei imaginar...
De três frases formais e sérias ouvia-se apenas o som abafado das risadas, via-se o brilho nos olhos, não havia maldade, enquanto para muitos era apenas mais um menino de rua.
Ganhou comida, ganhou amizade, ganhou alegria, ganhou risos largos e ganhou sei lá mais o que.
Só no ônibus, é a vida vista à minha ótica, não sei o seu valor, mas, amo minha existência.
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