Muro ( Por Alex )


Muro


Há um longo muro,

muito alto,

íngreme,

composto em concreto,

seu formato ?

triângular,

o topo delgado

e inquebrantável.


Pendurado,

seguro-me apenas pelas mãos,

seguro de mim.

Braços estendidos,

aguentam,

dão conta e

suportam o peso físico.


Lá embaixo,

bem embaixo,

carros, destes

que voam e seguem

pelo ar e pela água.


Como eu consigo organizá-los ?


Depende.

Só eu sei.


Empilhar !

Organizar !

Equilibrar !

Encaixar !


Através de um comando,

um simples toque,

um levantar de indicador,

meus pés e

minhas pedras.


Caem de grande altura

e se encaixam.


A altura cada vez maior,

já atingindo,

completando

em desespero

a altura da parede.


Tive certeza que todas,

sem exceção ...

as torres de blocos iriam ao chão.

Tive que fazê-lo.


Ao caírem,

grande impacto,

barulho e focos de incêndio.


Explosões aleatórias,

que tocavam outros e outros

ao fim cinematográfico

um grande cogumelo em explosão.


Lufada de ar quente,

o tremer dos membros

e a vontade de se soltar.


Força.

Final.

Subida.

Divisão corporal.


Dores,

Calor,

Gemidos,

Ao meio do corpo.


Ao olhar para baixo,

embaixo, observei

um grande caos.


Fogo e destruição.

E ali pendurado a dor,

angústia

e um sono tremendo.


Aguardei exausto

a ajuda que

eu sabia ...

que viria.

Nenhum comentário:

Postar um comentário