Muro
Há um longo muro,
muito alto,
íngreme,
composto em concreto,
seu formato ?
triângular,
o topo delgado
e inquebrantável.
Pendurado,
seguro-me apenas pelas mãos,
seguro de mim.
Braços estendidos,
aguentam,
dão conta e
suportam o peso físico.
Lá embaixo,
bem embaixo,
carros, destes
que voam e seguem
pelo ar e pela água.
Como eu consigo organizá-los ?
Depende.
Só eu sei.
Empilhar !
Organizar !
Equilibrar !
Encaixar !
Através de um comando,
um simples toque,
um levantar de indicador,
meus pés e
minhas pedras.
Caem de grande altura
e se encaixam.
A altura cada vez maior,
já atingindo,
completando
em desespero
a altura da parede.
Tive certeza que todas,
sem exceção ...
as torres de blocos iriam ao chão.
Tive que fazê-lo.
Ao caírem,
grande impacto,
barulho e focos de incêndio.
Explosões aleatórias,
que tocavam outros e outros
ao fim cinematográfico
um grande cogumelo em explosão.
Lufada de ar quente,
o tremer dos membros
e a vontade de se soltar.
Força.
Final.
Subida.
Divisão corporal.
Dores,
Calor,
Gemidos,
Ao meio do corpo.
Ao olhar para baixo,
embaixo, observei
um grande caos.
Fogo e destruição.
E ali pendurado a dor,
angústia
e um sono tremendo.
Aguardei exausto
a ajuda que
eu sabia ...
que viria.
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