Abandono ( Por Alex )

Ao carro guiado ...

Sentado.
Levado.
Ao lugar.
Desconhecido.

Gatos.
Os meus.
Embaixo.
Dos bancos.
Escondidos.

Assustados e imponentes.
Respectivos e espirituais.

Viam o que eu não conseguia.
Simplesmente não conseguia.
Sabiam.

Havia um clima ...
de apreensão ...
e eu a escondê-los ...
no ar ...
Protegendo-os do mal.

Após muito andar,
chegamos,
a praça.

A representação do mal ...
atuou ...
o abandono se deu.

Mas,
porêm ...

Não eram meus felinos
era um terceiro,
nem pertencia mais
a este plano,
a esta condição,
não pude conhecê-lo.

Irritei-me com o mal !

Disse:

Você não vê ?
Você é a morte !
É o relento !

Deu-se os ombros,
pois,
seres obscuros
não vêm.

A Luz.

Seu sorriso era sarcástico, cruel.

Seguimos ao dentro do carro.
Chegamos!
Corredor em L.

Adentrou o veículo,
pelas tábuas escuras,
era um suja - rápido,
desses encontrados ...
pelas esquinas.

Nas paredes
ferramentas,
de todos os tamanhos
e espessuras.

Solange !

Vi que mexia nelas ...
com empenho e afinco,
sabendo o que estava fazendo.
Como empenhada em algum trabalho.

Ví a responsabilidade
pálpavel com os olhos
cuidaria do felino antes abandonado.

E ví sua mãe ... a de Solange.
Ordenei que parasse ... que o mal cessasse.
Havia um aviso a ser dado
E eu era responsável.

Olhava fixamente
em seus olhos maus
ao retrovisor.
Percebi seu medo
e ele não tinha
coragem
de me olhar.

Apenas dirigia ...
rápido.
Para que eu não ...
entregasse a mensagem.

Foi quando ...
comecei a chorar
desesperado
e abri ...
o vidro,
a janela,
com força.

Gritei palavras certas
para quem as devia ...
ouvir !

Dei-me conta do encontro
De duas almas que se amam.

Elisabete ... Solange!

Mãe e filha !

Neste momento,
meu desespero ...
tornou-se ...
um choro de alívio.
Mãos a face molhada.

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