O Ego e as Ações Humanas


O Ego e as Ações Humanas


As pessoas que se apegam ao seu ego instintivamente favorecem os enganos da ilusão fenomênica, e assim, se prendem mais, em cada ato, as forças passionais do instinto vital que se apega tão só a si mesmo; contudo, o aspirante a Sabedoria conduz de maneira coerente, como se já houvesse deixado para trás a ilusão das manifestações cósmicas.


Em cada ato de sua vida diária decide a favor da alternativa de autotranscendência, até que no fim, como resultado das inúmeras experiências neste nível, ele consegue transpor os enganos de sua psicologia fenomênica. Daí em diante comporta-se instintivamente como se seu ego, com suas falsas impressões, não existisse mais.


As ações, portanto, são a única coisa que nos pode libertar. Atos virtuosos e sem egoísmo liberam a mente da escravidão de suas atitudes e tendências comuns, que se baseiam na ignorância. Mas tais atitudes altruístas, aparentemente perigosas, requerem fé no ainda desconhecido, uma coragem humilde e uma generosa disposição de dar um pulo as cegas na escuridão. Logo, como recompensa, elas nos abrem uma nova perspectiva. Produz-se uma mágica mudança de cenário, uma nova ordem de valores emerge.


Pois é um fato: transformamo-nos por nossas atitudes, tanto para o melhor quanto para o pior. A ignorância e o conhecimento não passam de aspectos intelectuais das mudanças que nossa maneira de viver produz em nós.


Percebe-se o potencial estado de Buddha em todas as coisas, no criminoso e no animal, bem como no virtuoso e no humano, é a maneira mais justa possível de abordar os seres do mundo.


Todas as criaturas, todos os homens, quer virtuosos ou fracos, bem como as criaturas inferiores, mesmo as formigas tem de ser consideradas, respeitadas e tratadas como Buddha, em potência.

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