Hegel - Loucura
A loucura não seria a perda abstrata da razão:
"A loucura é um simples desarranjo, uma simples contradição no interior da razão, que continua presente".
A loucura deixou de ser o oposto à razão ou sua ausência, tornando possível pensá-la como "dentro do sujeito", a loucura de cada um, possuidora de uma lógica própria.
Hegel tornou possível pensar a loucura como pertinente e necessária à dimensão humana, e afirmou que só seria humano quem tivesse a virtualidade da loucura, pois a razão humana só se realizaria através dela.
Friedrich Nietzsche
Minha experiência para uma prática de Yoga
''Quando em êxtase vamos ao céu e trazemos na volta uma luz em nós.
E ao voltarmos essa luz brilha em nós para os outros e para nós mesmos.
A luz excessiva do êxtase só nos permite sentir o júbilo infinito, mas a luz amena que trouxemos brilha nas trevas de nós mesmos.
E aí percebemos em nós aquilo que antes do êxtase não conseguíamos perceber, ver.''
E ao voltarmos essa luz brilha em nós para os outros e para nós mesmos.
A luz excessiva do êxtase só nos permite sentir o júbilo infinito, mas a luz amena que trouxemos brilha nas trevas de nós mesmos.
E aí percebemos em nós aquilo que antes do êxtase não conseguíamos perceber, ver.''
O gozo do amor ( por Alex )
Subi, subi, subi
Até o topo da montanha
Bem perto do azul celestial
Encontrei um rochedo
Lá estava ele, imponente
E ela também, a flor amarela
Era pequena, porém não tão bela.
A pedra sorria na sua imobilidade, a flor dançava levemente com o toque do vento.
O céu azul era massageado pelas nuvens e a água se deleitava em todos eles.
O sol aquecia a todos.
A libélula pousada na ponta do galho seco
Trocava olhares com o gafanhoto
Que saltava em seu gozo de morte.
Daí foi que percebi
Senti-me envergonhado. Vi que todos faziam amor em pura sincronia.
Mas logo me entreguei, pois eu também fazia amor.
Até o topo da montanha
Bem perto do azul celestial
Encontrei um rochedo
Lá estava ele, imponente
E ela também, a flor amarela
Era pequena, porém não tão bela.
A pedra sorria na sua imobilidade, a flor dançava levemente com o toque do vento.
O céu azul era massageado pelas nuvens e a água se deleitava em todos eles.
O sol aquecia a todos.
A libélula pousada na ponta do galho seco
Trocava olhares com o gafanhoto
Que saltava em seu gozo de morte.
Daí foi que percebi
Senti-me envergonhado. Vi que todos faziam amor em pura sincronia.
Mas logo me entreguei, pois eu também fazia amor.
Pedra, flor, grilo, água ( por Alex )
Há uma pedra no topo do morro
E ando até lá, quando perto ...
Vejo meu reflexo
Sobre ela um cacto
Que nasceu bem ali
Sinto a água em seu caule
Bem perto e transparente existe água em abundância
Da mesma que meu corpo é feito
Dou-me conta de um grilo
Que salta sem destino
Sinto o seu pulo de morte
O sol arde na pele
E preciso mais e mais
Dele, do vento e da água.
E ando até lá, quando perto ...
Vejo meu reflexo
Sobre ela um cacto
Que nasceu bem ali
Sinto a água em seu caule
Bem perto e transparente existe água em abundância
Da mesma que meu corpo é feito
Dou-me conta de um grilo
Que salta sem destino
Sinto o seu pulo de morte
O sol arde na pele
E preciso mais e mais
Dele, do vento e da água.
Conexão ( por Alex )
Olho a janela do automóvel
E em seu íntimo, poeira cor de terra
Se fixo a pupila
Ao longe casas e a estrada corre
Corre
Desvirando placas e sinalizadores.
Um campo verde e longe
Diz-me tudo em seu silêncio.
O céu azul rasga o espaço espaçoso
Onde suas filhas ( as nuvens ) nem se movem.
Há vida no inerte.
Você é inerte, não se move na aparência.
Mas por dentro, e ao mesmo tempo
Um devaneio, um pensamento e um sonho.
E mais um, e mais um...
O olho branco se fez vermelho e secou em seu canto
E o olhar incansante e sensato.
Os cílios até se movem ( devido ao vento ) como plantas degustadoras de carne
Semi-cerro, vejo cores, as que não estavam lá.
Pontos brancos ao longo campo, sou sim, a vaca a carpir
E as montanhas pesadas em seu físico, mas leves em meu olhar.
Cor e tom, típico a brilhar sob o latente sol.
Latente ...
Penso em você e em todos os outros, e que estarão fazendo ?
Há uma conexão.
E em seu íntimo, poeira cor de terra
Se fixo a pupila
Ao longe casas e a estrada corre
Corre
Desvirando placas e sinalizadores.
Um campo verde e longe
Diz-me tudo em seu silêncio.
O céu azul rasga o espaço espaçoso
Onde suas filhas ( as nuvens ) nem se movem.
Há vida no inerte.
Você é inerte, não se move na aparência.
Mas por dentro, e ao mesmo tempo
Um devaneio, um pensamento e um sonho.
E mais um, e mais um...
O olho branco se fez vermelho e secou em seu canto
E o olhar incansante e sensato.
Os cílios até se movem ( devido ao vento ) como plantas degustadoras de carne
Semi-cerro, vejo cores, as que não estavam lá.
Pontos brancos ao longo campo, sou sim, a vaca a carpir
E as montanhas pesadas em seu físico, mas leves em meu olhar.
Cor e tom, típico a brilhar sob o latente sol.
Latente ...
Penso em você e em todos os outros, e que estarão fazendo ?
Há uma conexão.
Pele ( por Alex )
O Sol que toca a pele tem o privilégio de mais ninguém, nenhum
Brutalmente acarinhando, imperceptivelmente ardente, ele sempre está.
Sua esposa ( a Lua ) não se cega e nem mesmo se deixa guiar ( pelo ciúme )
Não respira inveja, nem exala rancor, está e tem seu altar.
Vejo o negro branco e o amarelo mameluco
Que já se refestelou / esfregou bem aqui
Tem apenas a lembrança. E não esquece.
Brutalmente acarinhando, imperceptivelmente ardente, ele sempre está.
Sua esposa ( a Lua ) não se cega e nem mesmo se deixa guiar ( pelo ciúme )
Não respira inveja, nem exala rancor, está e tem seu altar.
Vejo o negro branco e o amarelo mameluco
Que já se refestelou / esfregou bem aqui
Tem apenas a lembrança. E não esquece.
William Shakespeare . Noite de Reis . ato I . cena I
O Puro deleite - Osho
Você não estava aqui e o mundo já estava; você não estará aqui um dia e o mundo continuará a estar.
Como você pode possuí-lo ?
Como você pode pretender ser o proprietário ?
Como você pode dizer qualquer coisa ?
Se você for meditativo, toda a sua vida se transformará em um partilhar. Você dará o que puder dar - seu amor, sua compreensão, sua compaixão - o que você puder, você dará; sua energia, corpo, mente, alma, o que for. E você se deleitará com isso.
Não existe maior prazer do que partilhar alguma coisa.
Você já deu alguma coisa a alguém ?
É por isso que as pessoas gostam tanto de dar presentes. É um puro deleite. Quando você dá alguma coisa a alguém - talvez sem valor, talvez de não muito valor, mas apenas o ato, apenas o gesto de doar, satisfaz tremendamente. Pense numa pessoa cuja vida é um presente ! Em cada momento é um partilhar - ela vive no céu. Não existe outro céu além deste.
A Sudden Clash of thunder, Sessão 9 - 19 de Agosto de 1976
Como você pode possuí-lo ?
Como você pode pretender ser o proprietário ?
Como você pode dizer qualquer coisa ?
Se você for meditativo, toda a sua vida se transformará em um partilhar. Você dará o que puder dar - seu amor, sua compreensão, sua compaixão - o que você puder, você dará; sua energia, corpo, mente, alma, o que for. E você se deleitará com isso.
Não existe maior prazer do que partilhar alguma coisa.
Você já deu alguma coisa a alguém ?
É por isso que as pessoas gostam tanto de dar presentes. É um puro deleite. Quando você dá alguma coisa a alguém - talvez sem valor, talvez de não muito valor, mas apenas o ato, apenas o gesto de doar, satisfaz tremendamente. Pense numa pessoa cuja vida é um presente ! Em cada momento é um partilhar - ela vive no céu. Não existe outro céu além deste.
A Sudden Clash of thunder, Sessão 9 - 19 de Agosto de 1976
Khalil Gibran
Me perguntas como me tornei um louco.
Foi assim: Um dia, muito antes de muitos deuses terem nascido, despertei de um sono profundo e notei que todas as minhas máscaras haviam sido roubadas - as sete máscaras que eu havia confeccionado e usado em sete vidas. Corri sem máscara pelas ruas cheias de gente, gritando: ''Ladrões, ladrões. Malditos ladrões !''
Homens e mulheres riam de mim e alguns corriam com medo para as suas casas. Quando cheguei a praça do mercado, um menino trepado no telhado de uma casa gritou: ''Você é um louco !''
Olhei para cima para vê-lo. O sol brilhou pela primeira vez em meu rosto descoberto. Pela primeira vez o sol beijava meu rosto nu e minha alma se encheu de amor pelo sol e nunca mais desejei usar máscaras.
Assim me tornei um louco. E encontrei tanto liberdade como segurança em minha própria loucura. A liberdade da solitude e a segurança de não ser compreendido. Pois aquele que nos compreende escraviza alguma coisa em nós.
Foi assim: Um dia, muito antes de muitos deuses terem nascido, despertei de um sono profundo e notei que todas as minhas máscaras haviam sido roubadas - as sete máscaras que eu havia confeccionado e usado em sete vidas. Corri sem máscara pelas ruas cheias de gente, gritando: ''Ladrões, ladrões. Malditos ladrões !''
Homens e mulheres riam de mim e alguns corriam com medo para as suas casas. Quando cheguei a praça do mercado, um menino trepado no telhado de uma casa gritou: ''Você é um louco !''
Olhei para cima para vê-lo. O sol brilhou pela primeira vez em meu rosto descoberto. Pela primeira vez o sol beijava meu rosto nu e minha alma se encheu de amor pelo sol e nunca mais desejei usar máscaras.
Assim me tornei um louco. E encontrei tanto liberdade como segurança em minha própria loucura. A liberdade da solitude e a segurança de não ser compreendido. Pois aquele que nos compreende escraviza alguma coisa em nós.
Sry Aurobindo
Acima do mundo estão os criadores dos mundos. Eles não se preocupam com o jogo exterior ilusório.
Escapar, ainda que para o alto, não resgata a vida.
A tranquilidade de nossa vida está no infinito.
O coração silencioso ouve a Palavra não pronunciada.
Quebre os modelos do passado, mas mantém a salvo seus dons e seu espírito ou então não terás futuro.
Todas as possibilidades do mundo estão esperando no homem como a futura árvore espera na semente.
O objetivo da vida é o crescimento da alma, não o sucesso exterior deste momento ou mesmo do futuro.
Expulsa tudo de ti e sê vazio em Deus.
Adora e esforça-te para ser o que adoras.
Formação em Yoga / FMU
''O Yoga me ensina a viver
O Yoga me ensina a compreender
O Yoga me ensina a aceitar
O Yoga me ensina a agradecer
O Yoga me ensina a ser''
Aqui me reconheci, me revi, me refiz.
Aprendi que sentimentos e emoções destemperadas atrapalham. Mas eu, como semente em terra adubada, fui entusiasta desse nosso momento aqui na universidade.
Aprendi que energia é coisa rara, e quanta diferença faz ter consciência do valor correto que deve ser dado a cada coisa.
Foi um auto - mergulho intenso ... ufa!
Me realizei com tantas descobertas.
Ao mesmo tempo me vi confuso ( a ) com tanta informação, com tanta responsabilidade.
Não me surpreendi com a ignorância ( imensa ! ) que encontrei em mim.
Mas entendi que com ela por perto fica fácil criar o interesse para o próximo passo.
Encontrei no desapego as chaves que abrem as portas para todas as possibilidades de expressão de minha liberdade.
Com o desejo que o amor, a humildade, a compaixão e a gratidão sejam perpetuados a todo o tempo e lugar, agradeço do meu coração, a cada um de vocês essa grande oportunidade.
Obrigada, obrigada, obrigada.
Namastê.
Palavras de uma aluna as quais tomo pra mim e que retratam nosso caminho no Yoga dentro da FMU.
Turma de Pós - Graduação Yoga 2009
O Yoga me ensina a compreender
O Yoga me ensina a aceitar
O Yoga me ensina a agradecer
O Yoga me ensina a ser''
Aqui me reconheci, me revi, me refiz.
Aprendi que sentimentos e emoções destemperadas atrapalham. Mas eu, como semente em terra adubada, fui entusiasta desse nosso momento aqui na universidade.
Aprendi que energia é coisa rara, e quanta diferença faz ter consciência do valor correto que deve ser dado a cada coisa.
Foi um auto - mergulho intenso ... ufa!
Me realizei com tantas descobertas.
Ao mesmo tempo me vi confuso ( a ) com tanta informação, com tanta responsabilidade.
Não me surpreendi com a ignorância ( imensa ! ) que encontrei em mim.
Mas entendi que com ela por perto fica fácil criar o interesse para o próximo passo.
Encontrei no desapego as chaves que abrem as portas para todas as possibilidades de expressão de minha liberdade.
Com o desejo que o amor, a humildade, a compaixão e a gratidão sejam perpetuados a todo o tempo e lugar, agradeço do meu coração, a cada um de vocês essa grande oportunidade.
Obrigada, obrigada, obrigada.
Namastê.
Palavras de uma aluna as quais tomo pra mim e que retratam nosso caminho no Yoga dentro da FMU.
Turma de Pós - Graduação Yoga 2009
( tantos nomes e corações, cerca de 100 )
“Yoga-iluminação” dos Upanishads
Asato Maa Sad Gamaya
Thamaso Maa Jyothir Gamaya
Mrithyor Maa Amritham Gamaya
Shantih, shantih, shantih...
Conduz-me da Mentira para a Verdade
Conduz-me da Escuridão para a Luz
Conduz-me da Morte para a Imortalidade
Paz, paz, paz...
Thamaso Maa Jyothir Gamaya
Mrithyor Maa Amritham Gamaya
Shantih, shantih, shantih...
Conduz-me da Mentira para a Verdade
Conduz-me da Escuridão para a Luz
Conduz-me da Morte para a Imortalidade
Paz, paz, paz...
O Amante Invisível - Murilo Mendes
Quero suprimir o tempo e o espaço
A fim de me encontrar sem limites unido ao teu ser,
Quero que Deus aniquile minha forma atual e me faça voltar a ti,
Quero circular no teu corpo com a velocidade da hóstia,
Quero penetrar nas tuas entranhas
A fim de ter um conhecimento de ti que nem tu mesma possuis,
Quero navegar nas tuas artérias e confabular com teu sangue,
Quero levantar tua pálpebra e espiar tua pupila quando acordares,
Quero abaixar a nuvem para que teu sono seja calmo,
Quero ser expelido pela tua saliva,
Quero me estorcer nos teus braços
Quando os fundamentos da terra se abalarem nos teus pesadelos,
Quero escrever a biografia de todos os átomos do teu corpo,
Quero combinar os sons
Para que a música da maior ternura embale teus ouvidos,
Quero mandar teu nome nas flechas do vento
Para que outros povos te conheçam do outro lado do mar,
Quero forçar teu pensamento a pensar em mim,
Quero desenhar diante de teus olhos
O Alfa e o Ômega nos teus instantes de dúvida,
Quero subir em ramagem pelas tuas pernas,
Quero me enrolar em serpente no teu pescoço,
Quero ser acariciado em pedra pelas tuas mãos,
Quero me dissolver em perfume nas tuas narinas,
Quero me transformar em ti.
A fim de me encontrar sem limites unido ao teu ser,
Quero que Deus aniquile minha forma atual e me faça voltar a ti,
Quero circular no teu corpo com a velocidade da hóstia,
Quero penetrar nas tuas entranhas
A fim de ter um conhecimento de ti que nem tu mesma possuis,
Quero navegar nas tuas artérias e confabular com teu sangue,
Quero levantar tua pálpebra e espiar tua pupila quando acordares,
Quero abaixar a nuvem para que teu sono seja calmo,
Quero ser expelido pela tua saliva,
Quero me estorcer nos teus braços
Quando os fundamentos da terra se abalarem nos teus pesadelos,
Quero escrever a biografia de todos os átomos do teu corpo,
Quero combinar os sons
Para que a música da maior ternura embale teus ouvidos,
Quero mandar teu nome nas flechas do vento
Para que outros povos te conheçam do outro lado do mar,
Quero forçar teu pensamento a pensar em mim,
Quero desenhar diante de teus olhos
O Alfa e o Ômega nos teus instantes de dúvida,
Quero subir em ramagem pelas tuas pernas,
Quero me enrolar em serpente no teu pescoço,
Quero ser acariciado em pedra pelas tuas mãos,
Quero me dissolver em perfume nas tuas narinas,
Quero me transformar em ti.
Canto da Pobreza - Murilo Mendes
Sentas-te à beira da noite
para fazer este poema,
este poema não é teu,
é da tinta e do papel.
Mas o que é teu, afinal?
Idéia de propriedade!
Nada é teu, nem de ninguém.
Teu passado não é teu,
nem sabes o que ele é.
Na neblina do passado
quase cego tu navegas,
mas um braço te pegou,
te agarra, não larga mais.
- Este braço não é teu.
-O presente não é teu,
presente já é passado,
tu falaste, voz sumiu,
ah! nem o eco ficou.
Mas o futuro? é de Deus,
e Deus não é de ninguém.
Também não és de ninguém.
Tudo vês e tudo tocas,
tudo cheiras, tudo ouves,
nada fica nos teus olhos,
nada fica na tua mão,
no teu ouvido, nariz.
Levaste a noite ao altar,
sei que a noiva não é tua,
sei que ela também não é
do noivo que a possuiu,
ela não é de ninguém;
nem é de ti que conheces
os encantos dessa noiva
muito melhor que seu noivo.
Coisa alguma te pertence,
também não és de ninguém,
viste o mundo do telhado,
cheiraste o mundo, viraste
o namorado do mundo,
namorado eternamente:
é melhor ficar assim,
casar dá muito trabalho,
põe um número na gente,
põe um título na gente,
não se pode mais andar
desenvolto como antes,
a gente tem que prender
toda atenção num objeto,
a gente fica pensando
que é dono dalguma coisa,
que possui móvel de carne...
Mas eu não sou de ninguém.
para fazer este poema,
este poema não é teu,
é da tinta e do papel.
Mas o que é teu, afinal?
Idéia de propriedade!
Nada é teu, nem de ninguém.
Teu passado não é teu,
nem sabes o que ele é.
Na neblina do passado
quase cego tu navegas,
mas um braço te pegou,
te agarra, não larga mais.
- Este braço não é teu.
-O presente não é teu,
presente já é passado,
tu falaste, voz sumiu,
ah! nem o eco ficou.
Mas o futuro? é de Deus,
e Deus não é de ninguém.
Também não és de ninguém.
Tudo vês e tudo tocas,
tudo cheiras, tudo ouves,
nada fica nos teus olhos,
nada fica na tua mão,
no teu ouvido, nariz.
Levaste a noite ao altar,
sei que a noiva não é tua,
sei que ela também não é
do noivo que a possuiu,
ela não é de ninguém;
nem é de ti que conheces
os encantos dessa noiva
muito melhor que seu noivo.
Coisa alguma te pertence,
também não és de ninguém,
viste o mundo do telhado,
cheiraste o mundo, viraste
o namorado do mundo,
namorado eternamente:
é melhor ficar assim,
casar dá muito trabalho,
põe um número na gente,
põe um título na gente,
não se pode mais andar
desenvolto como antes,
a gente tem que prender
toda atenção num objeto,
a gente fica pensando
que é dono dalguma coisa,
que possui móvel de carne...
Mas eu não sou de ninguém.
Rabindranath Tagore
Senhor,
os poemas que escrevi na Terra,
para mim já não tem a mesma siginificação.
Por que Mestre?
- Filho,
Afinal, és mutável. Renuncia o pequeno
passado e vê o grande futuro que te aguarda.
Teus poemas eram flores. Basta que
Tenham sido flores – manifestações espontâneas
de sabedoria, beleza e amor.
Para teu reconforto ainda há quem aprecie
As flores que nasceram de teu coração para perfumar
O coração do mundo.
Joseph Campbell
Carlos Castaneda
O sentido de oportunidade é a qualidade que governa a liberação de tudo que está contido. Controle, disciplina e paciência são como um dique por trás do qual tudo é represado. O sentido de oportunidade é a abertura do dique.
:::
Sou um guerreiro. Sabia que estava esperando e sabia pelo que estava esperando. É exatamente aí que está a grande alegria do guerreiro.
:::
Na trilha do conhecimento, nada é tão claro como gostaríamos que fosse.
:::
As descobertas são sempre pessoais.
7 Principais Chakras
O corpo humano contém centenas de focos de concentração de energia. Ter um bom conhecimento desses centros, das suas funções e dominâncias é primordial para realizar um bom trabalho com a terapia ayurvédica.
Há, contudo, conforme já explicitado, 7 centros de energia que são considerados como centros maiores e mais importantes. Cada chakra é reconhecido no corpo como um foco de força-vida relativo às energias físicas, emocionais, mentais e espirituais. Os chakras formam uma rede através da qual corpo, mente e espírito interagem como um todo.
Os 7 chakras principais correspondem a aspectos específicos da nossa consciência e tem cada um as suas características e funções individuais. Eles tem conexão com uma das várias glândulas do sistema endócrino.
O objectivo principal em compreender e trabalhar com os chakras é criar uma integração e uma totalidade em nós próprios. Desta maneira, nós levamos os vários aspectos de nossa consciência, do físico ao espiritual, a relacionarem-se harmoniosamente. Enfim, nós começamos a reconhecer que os diferentes aspectos dentro de nós (físico, material, sexual, espiritual, etc.) trabalham em conjunto e que cada aspecto é tanto parte do todo como qualquer um dos outros. Nós temos que ter a capacidade de admitir, aceitar e integrar todos os níveis do nosso ser.
Para ajudar no processo do nosso desenvolvimento integral enquanto seres humanos é muito importante compreender que os chakras são para a nossa consciência aberturas através das quais as forças emocionais, mentais e espirituais fluem na expressão física. São aberturas através das quais se introduzem os nossos sistemas de crenças e atitudes, criando a nossa estrutura corpo/mente. A energia criada pelas nossas emoções e atitudes mentais, circula através dos chakras e é distribuída às nossas células, tecidos e órgãos. Compreender isto, traz-nos um tremendo "insight" de como nós próprios afectamos o nosso corpo e mente, para melhor ou para pior.
Compreender os chakras e a sua interligação com a nossa consciência, é compreendermos melhor a nós próprios. Esse entendimento torna-nos capazes de fazer as nossas escolhas e tomar as nossas decisões, com consciência e equilíbrio, em vez de sermos cegamente influenciados pelas forças dispersas da vida.
O antigo ditado "Conhece-te a ti mesmo!" é ainda muito verdadeiro. Se conhecemos a nós próprios temos a possibilidade de realizarmos um trabalho consciente e produtivo de transformação das energias de quem nos procura para realizar um tratamento.
Há, contudo, conforme já explicitado, 7 centros de energia que são considerados como centros maiores e mais importantes. Cada chakra é reconhecido no corpo como um foco de força-vida relativo às energias físicas, emocionais, mentais e espirituais. Os chakras formam uma rede através da qual corpo, mente e espírito interagem como um todo.
Os 7 chakras principais correspondem a aspectos específicos da nossa consciência e tem cada um as suas características e funções individuais. Eles tem conexão com uma das várias glândulas do sistema endócrino.
O objectivo principal em compreender e trabalhar com os chakras é criar uma integração e uma totalidade em nós próprios. Desta maneira, nós levamos os vários aspectos de nossa consciência, do físico ao espiritual, a relacionarem-se harmoniosamente. Enfim, nós começamos a reconhecer que os diferentes aspectos dentro de nós (físico, material, sexual, espiritual, etc.) trabalham em conjunto e que cada aspecto é tanto parte do todo como qualquer um dos outros. Nós temos que ter a capacidade de admitir, aceitar e integrar todos os níveis do nosso ser.
Para ajudar no processo do nosso desenvolvimento integral enquanto seres humanos é muito importante compreender que os chakras são para a nossa consciência aberturas através das quais as forças emocionais, mentais e espirituais fluem na expressão física. São aberturas através das quais se introduzem os nossos sistemas de crenças e atitudes, criando a nossa estrutura corpo/mente. A energia criada pelas nossas emoções e atitudes mentais, circula através dos chakras e é distribuída às nossas células, tecidos e órgãos. Compreender isto, traz-nos um tremendo "insight" de como nós próprios afectamos o nosso corpo e mente, para melhor ou para pior.
Compreender os chakras e a sua interligação com a nossa consciência, é compreendermos melhor a nós próprios. Esse entendimento torna-nos capazes de fazer as nossas escolhas e tomar as nossas decisões, com consciência e equilíbrio, em vez de sermos cegamente influenciados pelas forças dispersas da vida.
O antigo ditado "Conhece-te a ti mesmo!" é ainda muito verdadeiro. Se conhecemos a nós próprios temos a possibilidade de realizarmos um trabalho consciente e produtivo de transformação das energias de quem nos procura para realizar um tratamento.
Localiza-se no topo da cabeça, prolongando-se mais acima. É a abertura para a Consciência Universal. A cores associadas a este chakra são: violeta, lilás, roxo, branco, prateado ou dourado. O elemento associado são os pensamentos e a vontade. Rege a glândula Pineal, córtex cerebral, sistema nervoso central, olho direito. Vitaliza o cérebro superior (cerebrum). Está associado ao mundo espiritual e à ligação com o Divino. Tem como gemas e minerais associados: a ametista, alexandrite, diamante, sugilite, fluorite púrpura, cristal de quartzo, selenite. Este chakra associa-se à ideia de jejum e também às frutas e vegetais de côr violeta e púrpura.
Indica como qualidades e lições a aprender: unificação do Eu Superior com a personalidade humana, união com o infinito, vontade espiritual, inspiração, unidade, sabedoria e compreensão divina. E ainda, idealismo, serviço voluntário (desinteressado), percepção além espaço e tempo e conformidade de consciência.
Pode manifestar como qualidades negativas, se a pessoa estiver funcionando numa baixa vibração, as seguintes características: falta de inspiração, confusão, depressão, alienação, hesitação em servir, senilidade.
6º CHAKRA (3º OLHO) = AJNA
Localiza-se no centro da testa entre as sobrancelhas. É conhecido como 3º olho ou 3ª visão. A cor associada a este chakra é o azul índigo (azul escuro). O elemento associado é a luz. Rege a glândula pituitária, o olho esquerdo, o nariz e orelhas. Está associado a telepatia, clarividência, intuição e desenvolvimento mental. Dá visão interior, intuição e a habilidade de se conhecer a si próprio. Vitaliza o baixo cérebro (cerebelo) e o sistema nervoso central. Responsável pela Visão. Os minerais e gemas associados a ele são o lápis lazuli, azurite, sodalite, cristal de quartzo puro, safira, turmalina. Os alimentos que lhe são benéficos são os da côr azul ou púrpura, frutas e vegetais.
Este chakra indica como qualidades e lições a aprender: realização da alma, intuição, "insight", imaginação; clarividência, concentração, paz de espírito; sabedoria, devoção, percepção para além da dualidade.
Pode manifestar como qualidades negativas, se a pessoa estiver funcionando numa baixa vibração, as seguintes características: falta de concentração, medo, cinismo, tensão, dor de cabeça, problemas nos olhos, pesadelos e demasiado deslocamento deste mundo.
Localiza-se na garganta. A cor a ele associada é o azul turquesa. A elemento: o Akasha e o éter. Rege a glândula tiróide, para-tiróide, hipotálamo, garganta, boca. Está associado ao mundo da comunicação, expressão, audição e todos os usos do som e da palavra. As suas funções incluem a criatividade, receptividade, habilidade para comunicar, discurso, som, vibração, comunicação. Tem como gemas e minerais associados a turquesa, a celestite, o topázio azul, a sodalite, o lápis lazuli, a agua marinha, a azurite e a ryanite. Os alimentos benéficos são: as frutas e vegetais azuis e púrpura.
Este chakra indica como qualidades e lições a aprender: poder da palavra falada, verdadeira comunicação, expressão criativa no discurso, na escrita, nas artes. Integração, paz, verdade, conhecimento, sabedoria, lealdade, honestidade, confiança, amabilidade, gentileza.
Pode manifestar como qualidades negativas, se a pessoa estiver funcionando numa baixa vibração, as seguintes características: problemas na comunicação e/ou discurso, excesso de uso insensato do conhecimento, ignorância, falta de discernimento, depressão e problemas da tiróide.
Localiza-se no centro do tórax entre os mamilos (no meio do peito na área do osso esterno). A cor associada a este chakra é o verde (cor secundária, pirite). O elemento associado a ele é o ar. Rege a glândula do timo, coração, sistema circulatório, braços, mãos, pulmões. Associado ao coração e ao amor abnegado pela transcendência do ego e do julgamento. As suas funções são amor e paz incondicional; dá a habilidade (capacidade) de amar a si próprio e aos outros incondicionalmente. Ancora, dá fundamento a força-vida do Eu Superior. As gemas e minerais associados a ele são a esmeralda, turmalina verde e rosa, malaquita, jade verde, aventurina verde, crisopásio, quartzo rosa, rubi. Os alimentos que lhe são benéficos são as frutas e vegetais verdes.
Este chakra indica como qualidades e lições a aprender: divino / incondicional amor. Perdão, compaixão, compreensão, equilíbrio, consciência de grupo, união com a vida. Aceitação, paz, abertura, harmonia, contentamento.
Pode manifestar, se a pessoa estiver funcionando numa baixa vibração, como qualidades negativas, as seguintes características: repressão do amor, instabilidade emocional, desequilíbrio, problemas de coração e circulação.
3º CHAKRA = MANIPURA
Localiza-se em cima da boca do estômago (acima do umbigo e abaixo do osso esterno – peito). A cor associada a este chakra é o amarelo. O elemento a ele associado é o fogo. Rege todos os órgãos localizados na barriga: fígado, vesícula biliar, pâncreas, supra-renais, músculos e estômago e ainda o sistema nervoso. Está associado ao poder. Dá a vitalidade, força para exprimir emoções e para ter integridade. Tem como função vitalizar o sistema nervoso simpático bem como os processos digestivos, o metabolismo e as emoções. As gemas e minerais a ele associados são a citrina, o topázio dourado, o âmbar, o olho de tigre, a calcita dourada e o ouro. Os alimentos benéficos: os amidos, e as frutas ou vegetais amarelos.
Este chakra indica como qualidades e lições a aprender: vontade, poder pessoal, autoridade, energia, controle do desejo, auto-controle, brilho (esplendor), calor humano, despertar, transformação, humor, riso, imortalidade, tomar mais do que se pode assimilar ou usar, demasiado ênfase no poder e/ou identificação, fúria, medo, ódio, problemas digestivos.
Localiza-se logo acima dos órgãos reprodutores, acima do osso púbico. A cor associada a este chakra é a laranja. O elemento associado é a água. Rege os órgãos reprodutores, ovários, testículos, próstata, genitais, baixo ventre, bexiga, vesícula. Está associado a sexualidade, criatividade, procriação, sensualidade, habilidade de sentir emoções, contentamento, assimilação dos alimentos, força física, vitalidade e sexualidade. As gemas e minerais a ele associados são a turmalina, coral, calcite dourada, âmbar, citrina, topázio dourado, aventurina pêssego. Quanto aos alimentos que lhe são benéficos: líquidos, frutos e vegetais laranjas.
Este chakra indica como qualidades e lições a aprender: dar e receber, emoções, desejos, prazer, amor sexual / passional, movimento, assimilação de novas ideias, saúde, família, tolerância, abandono (entrega), trabalhar harmoniosa e criativamente com os outros.
Pode ainda manifestar como qualidades negativas, se a pessoa estiver funcionando numa baixa vibração, as seguintes características: exagerada indulgência com a comida ou sexo, dificuldades sexuais, confusão, ausência de objectivos, ciúme, inveja, desejo de possuir, impotência, problemas uterinos e/ou de bexiga.
Localiza-se em cima da base da coluna ou cóccix. A cor associada a este chakra é a vermelha (côr secundária preto). O elemento a ele associado é a terra. Rege o sistema locomotor, as glândulas endócrinas, rins, coluna espinal, cólon, pernas e ossos. Está associado a terra e a matéria, a vitalidade, a saciedade dos desejos, dar fundamento (bases), coordenação física e sobrevivência. Dá vitalidade ao corpo físico. É a força da vida, da sobrevivência, auto-preservação e instintos. As gemas e minerais a ele associados são o rubi, a granada, a hematita, o jaspe sanguíneo, a turmalina preta, a obsidiana, o quartzo fumado. Quanto aos alimentos que lhe são benéficos: as proteínas (carne e produtos lácteos não são recomendados), frutos vermelhos e vegetais.
Este chakra indica como qualidades e lições a aprender: assuntos relacionados ao mundo material, sucesso. O corpo físico, o domínio do corpo. Base (fundação), individualidade, estabilidade, segurança, imobilidade, tranquilidade, saúde, coragem, paciência.
Pode também manifestar como qualidades negativas, se a pessoa estiver funcionando numa baixa vibração, as seguintes características: egocentrismo, insegurança, violência, ganância, fúria; demasiada preocupação com a própria sobrevivência; tensão na coluna e prisão de ventre.
Atletas da Mente
Os incríveis efeitos da meditação no cérebro e na psique
Pesquisas científicas estão comprovando aquilo que os iogues e monges já sabiam há milênios – a meditação é muito mais do que uma simples técnica de relaxamento; a prática regular da meditação altera as estruturas neuronais do cérebro, estimulando as emoções e sentimentos positivos e incrementando as capacidades da mente
Por Inês Castilho
A meditação é objeto de interesse crescente na medicina. Sua indicação está se tornando cada vez mais comum no tratamento e prevenção de doenças imunológicas, do sistema cardiorrespiratório, dos distúrbios do sono, do estresse, da dor. Médicos começam a adotá-la como técnica complementar no controle da hipertensão e arritmias cardíacas. Desde que foi capa da Time, em 2003, o assunto tem sido freqüentemente veiculado pela mídia – como o recente Globo Repórter que mostrou a prática de meditação por médicos e enfermeiros do Hospital de Apoio de Brasília
A monja Coen Sensei, da tradição zen-budista, diz ter perdido a conta de quantas pessoas ensinou a meditar, no Japão e no Brasil. “Foram centenas, talvez milhares. O interesse pela meditação é internacional e cresce também entre empresários”, diz ela, que começou a praticar durante o boom da meditação nos Estados Unidos pós-guerra do Vietnã. Foi assim também com Susan Andrews, monja do tantra ioga que fundou o Instituto Visão Futuro em Porangaba (SP) e calcula já ter treinado mais de dez mil pessoas em seus 35 anos como instrutora de meditação, em vários países
Mais de cinco mil pessoas já passaram pelos cursos ministrados por Lia Diskin na Associação Palas Athena, em São Paulo. A psicopedagoga Vivi Tuppy, formada pela Palas, levou para Araçatuba e Birigüi (SP) o programa Educadores da Paz, com práticas de atenção com foco na respiração que já alcançaram cerca de 17 mil alunos e professores das redes estadual e municipal de ensino. O resultado foi o aumento nos índices de aprendizagem e redução da violência na escola e comunidade. Essas são apenas algumas experiências
Neuroplasticidade
Os estudos publicados em revistas científicas também se multiplicaram nas últimas décadas. Particularmente nos Estados Unidos, mas também no Brasil – em instituições respeitadas como a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) do Hospital Albert Einstein e a Universidade de São Paulo (USP).
Neuroplasticidade é palavra-chave das pesquisas mais atuais. O termo refere-se à capacidade de o cérebro mudar sua estrutura e função – os circuitos neuronais mais usados se expandem e fortalecem, ao passo que aqueles não usados, ou usados raramente, se encurtam e enfraquecem. “Espera-se que, aprendendo a fomentar e controlar a neuroplasticidade, ela possa trazer benefícios em casos de doenças degenerativas e imunológicas, e lesões por trauma e vasculares”, observaJoão Radvany,neurologista, psiquiatra e neurorradiologista do Hospital Albert Einstein
Radvany prepara-se para dar início a uma pesquisa, financiada pelo Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) do Einstein, que tem como objetivo verificar os efeitos da meditação na atenção e concentração de um grupo de médicos. O estudo será feito em colaboração com Edson Amaro Jr., coordenador de pesquisa em neuroimagem no IEP, e Elisa Kozasa, pesquisadora em técnicas de meditação da Unidade de Medicina Comportamental da Unifesp, com o uso da técnica de ressonância magnética funcional, que permite verificar as áreas ativadas no cérebro durante a prática.
Diálogos Mind and Life
O impulso para o desenvolvimento dessas pesquisas deve-se principalmente à associação entre o líder espiritual tibetano Dalai Lama e o biólogo chileno Francisco Varela (1950-2001), então chefe da Unidade de Neurodinâmica do Hospital Salpetrière, em Paris. Nasceu daí o Mind and Life Institute, que desde 1987 realiza encontros anuais – um ano no Ocidente, e outro, informal, em Dharamsala, na Índia, onde Sua Santidade vive exilado – para um diálogo entre homens e mulheres de ciência e monges budistas sobre a natureza do universo e da mente.
Os encontros do Mind and Life reúnem cientistas dos mais respeitados centros de pesquisa dos Estados Unidos, tais como Harvard, Princeton, Duke, Califórnia. Com o objetivo de responder a um desafio – Como criar e manter uma mente saudável? –, a partir de 1990 cientistas filiados à instituição começaram a investigar os efeitos neurobiológicos da meditação.
Embora divulgados, eles só foram abertos ao público em 2003. O segundo diálogo aberto aconteceu em novembro passado em Washington (EUA), com o tema Investigando a Mente 2005: Aplicações Clínicas e Científicas da Meditação. Em sua passagem por São Paulo, Sua Santidade falou sobre essas experiências no seminário Compaixão e Sabedoria– a construção da saúde pessoal e coletiva, realizado dia 28 de abril no Palácio de Convenções do Anhembi, com a participação da Unifesp/Escola Paulista de Medicina.
Participação Brasileira
Em 2004, o Mind and Life deu início a um programa de verão anual de uma semana, o Summer Research Institute, em que a apresentação e debate dos temas científicos eram alternados com períodos de meditação que somavam cerca de três horas diárias. Entre os pesquisadores selecionados encontrava-se a bióloga e pesquisadora brasileira Elisa Kozasa, que participou também do Summer Research de 2005.
Autora de uma tese de doutorado sobre os efeitos – positivos – da meditação e da respiração da ioga na ansiedade, depressão e atenção, Kozasa é co-orientadora de vários projetos de mestrado em meditação na Unifesp e se prepara para fazer pós-doutorado avaliando as áreas cerebrais relacionadas à meditação, através da técnica de neuroimagem funcional. Seu interesse foi despertado aos 12 anos pela prática de aikidô, e mais tarde pela leitura de livros como Autobiografia de um Iogue, de Paramahansa Yogananda, e Diálogos Entre Cientistas e Sábios, de René Weber.
Também o interesse do neurologista João Radvany pela meditação, estranhamente, foi despertado por um esporte – a natação. Hoje, além de nadar ele pratica tai chi chuan e meditação zen. “Todos os estímulos do mundo externo e interno são levados ao tronco cerebral, onde uma rede de neurônios mantém o estado acordado e de atenção como se fosse uma luz, de intensidade variável e direção itinerante, para iluminar a experiência que a gerou”, explica Radvany.
“As áreas frontais do cérebro fixam o foco dessa luz, gerando concentração no estímulo que a consciência escolhe. A meditação orienta o farol para que incida num determinado aspecto da experiência, excluindo todo o resto.”
Estudos do Cérebro
Tanto Radvany como Kozasa ressaltam, entre os estudos realizados por pesquisadores que participam do Mind and Life, os experimentos de Sara Lazar, doutora em biologia molecular pela Universidade de Harvard e praticante de ioga e meditação por aproximadamente dez anos. Em um trabalho publicado em 2000, ela e sua equipe de pesquisadores mostraram que é possível verificar variações da atividade cerebral mesmo em pessoas com pouca prática de meditação, com o uso de ressonância magnética funcional.
Outro estudo de imagem da mesma pesquisadora, publicado em 2005, mostrou que áreas específicas do córtex cerebral, a camada externa do cérebro, eram mais espessas em praticantes pouco experientes de um tipo de meditação conhecida como mindfulness, comumente praticada nos Estados Unidos. “Ela mostrou que não é preciso meditar o dia inteiro para produzir alterações estruturais no cérebro. E que é possível retardar a atrofia de certas áreas cerebrais relacionadas à idade”, observa Radvany.
O neurocientista Richard Davidson, da Universidade de Wisconsin, em Madison, colaborador do Dalai Lama desde 1992, é um dos principais pesquisadores da neuroplasticidade. “Os neurocientistas acreditavam que nascemos com determinado número de neurônios, e que as mudanças ocorridas com o desenvolvimento seriam apenas nas conexões entre essas células e as células moribundas. Nos últimos dois anos, descobrimos que isso não é verdade. Já foi demonstrado nos humanos que crescem neurônios novos durante a vida inteira. É uma descoberta fantástica” – disse ele no diálogo ocorrido em 2000 em Dharamsala, relatado no livro Como Lidar com Emoções Destrutivas – Para Viver em Paz com Você e os Outros (Editora Campus), de autoria do Dalai Lama e de Daniel Goleman.
Outro pesquisador importante é Jon Kabat-Zinn, diretor da Clínica de Redução do Estresse, professor de medicina da Universidade de Massachusetts e um dos autores do livro A Mente Alerta (Editora Objetiva). Para Radvany, o mérito de Kabat-Zinn, criador do método de meditação conhecido como mindfulness behavior stress reduction (MBSR), ”foi chamar a atenção para o fato de que é possível transformar todas as atividades diárias em meditação, no sentido de baixar o tônus vegetativo – que é o antídoto do estresse”.
Em outras palavras: “Como você pensa, você se torna. Se diariamente, durante a profunda concentração da meditação, redirecionamos o nosso estado mental para longe dos estreitos e negativos padrões de pensamento, em direção a um sentimento de compaixão e tranqüilidade interior, nossas mentes gradualmente se tornam repletas de amor e paz” – como diz Susan Andrews e, na qualidade de aprendiz, posso testemunhar.
Tecnologias não-invasivas
A investigação da natureza cognitiva e da emoção no cérebro, com o nível de detalhamento atual, só se tornou possível pelo poder das tecnologias não- invasivas. “A máquina de ressonância magnética tem um metro e meio de comprimento, pesa de 20 a 30 toneladas e faz um barulho danado, mas a radiação que emite é um bilhão de vezes menor que a do Raio X”, explica o radiologista Edson Amaro Jr.
Uma revisão minuciosa dessas técnicas e das pesquisas sobre meditação foi feita por Marcello Árias Danucalov e Roberto Simões, pesquisadores do Centro Universitário Monte Serrat (Unimonte), em Santos (SP), no livro Neurofisiologia da Meditação – Investigações Científicas no Yoga e nas Experiências místico-religiosas: uma Aproximação Entre a Ciência e a Religiosidade, que acaba de ser lançado pela Editora Phorte. Como Kozasa e Radvany, Marcello descobriu o estado meditativo praticando um esporte – o surfe.
“O estudo da ativação dos circuitos elétricos cerebrais através desses novos recursos tecnológicos tem nos fornecido um minucioso quadro das funções individuais de cada pequena parte que compõe o sistema nervoso central”, afirmam eles. “Com elas, nós podemos determinar a localização anatômica exata de cada um dos sítios relacionados aos nossos cinco sentidos; quais as áreas ativas durante os mais simples ou os mais complexos comportamentos motores, de uma pequena área agregada ao ato de movimentar um único dedo, até as vastas regiões do córtex motor associadas à performance de um pianista.”
Pesquisa revela: meditação libera da cólera, da raiva e da inveja
Os primeiros resultados de um programa de pesquisas de laboratório atualmente em curso na Universidade de Wisconsin (EUA), sob a direção de Richard Davidson, reunindo neuropsicólogos e monges budistas, faz furor nos meios científicos. Esses resultados revelam que a meditação é muito mais do que uma simples técnica de relaxamento. Mostram que um treinamento regular da mente e do espírito, através de técnicas de meditação, modificam nossa massa cinzenta – e assim, como conseqüência, a maneira através da qual percebemos o mundo dentro e fora de nós.
Esse programa de pesquisas não teria sido possível sem a colaboração interessada de Tenzin Gyatso, o atual Dalai Lama, chefe do budismo de linha tibetana. Ele se entusiasmara, há cinco anos, ao ter conhecimento de recentes descobertas na área da neurociência, em particular a respeito da maneira através da qual as emoções negativas aparecem no cérebro. Alguns pesquisadores o visitaram na ocasião, interessados no fato de que, para muitos budistas praticantes regulares da meditação, estados de alma como o ódio, a raiva, a cólera, a inveja e a cólera constituem sentimentos praticamente desconhecidos. Bem ao contrário, é certo que a meditação reforçou neles traços positivos de caráter e de comportamento.
Foi Richard Davidson quem teve a idéia de utilizar instrumental moderno para explorar em laboratório o funcionamento cerebral de alguns desses budistas. Desse instrumental faz parte, entre outras aparelhagens, a tomografia por ressonância magnética funcional.
Segundo um dogma neurocientífico fundamental, hoje superado, as conexões neuronais cerebrais seriam estabelecidas durante a infância, e permaneceriam fixas até a morte do indivíduo. Sabe-se hoje que os neurônios se modificam até uma idade bastante avançada, tanto no que diz respeito à sua estrutura quanto a seu funcionamento. Quando alguém pratica assiduamente um instrumento musical, não apenas as redes neuronais correspondentes se reforçam, mas novas conexões se estabelecem, incrementando a destreza do músico. A esse fenômeno dá-se o nome de “plasticidade cerebral”. Mas tal plasticidade, recentemente descoberta, só tinha sido estudada em relação a sinais provenientes do mundo exterior.
Davidson decidiu investigar se atividades puramente mentais também modificariam o cérebro, e qual o efeito que tais modificações produziriam sobre o humor e os sentimentos. Ora, os budistas consideram sua doutrina como uma “ciência do espírito”, e a eles próprios como “atletas do mental”. Daí sua escolha quase natural, por parte de Davidson e sua equipe, como sujeitos privilegiados para os experimentos.
Desde o início os resultados obtidos em laboratório foram surpreendentes. O primeiro “paciente” investigado, um velho lama de um mosteiro na Índia, podia se gabar de mais de dez mil horas de meditação praticadas. No laboratório, o seu córtex frontal esquerdo – a parte do córtex situada à esquerda e atrás da fronte – se revelou muito mais ativa do que a dos 150 outros “pacientes-testemunhas” testados, que nunca tinham praticado meditação.
As pesquisas começaram a mostrar uma série de outros dados relevantes. Descobriu-se, por exemplo, que tais áreas cerebrais são mais ativas em pessoas que conduzem um “estilo de sentimentos positivos”, ou seja, nos que são mais alegres e cultivam o bom humor. Por outro lado, notou-se que, nas pessoas de natureza mais pessimista, triste e depressiva, predomina o hemisfério cerebral direito. Os otimistas, os que preferem sorrir para a vida, possuem sempre um córtex cerebral esquerdo mais ativo. Um exame do comportamento dos otimistas revelou também que eles são capazes de superar muito mais rapidamente as emoções negativas que inevitavelmente nos assaltam de vez em quando. Tudo se passa como se um córtex esquerdo mais ativo tivesse a capacidade de inibir os sentimentos negativos.
Desenvolvendo ainda mais seu programa de pesquisa, Davidson fez uma descoberta ainda mais surpreendente: a serenidade pode ser aprendida, exatamente como se aprende um instrumento musical ou uma disciplina esportiva.
As muitas formas da meditação
Há várias linhas de meditação. O hinduísmo e o budismo têm vários tipos de prática. E há ainda as meditações judaica, cristã e islâmica, além daquelas praticadas pelos povos tradicionais. Tendo em mente que meditar é a única maneira de compreender o que significa meditação, seguem algumas considerações sobre o tema:
“Todas as tradições religiosas do Oriente e do Ocidente, dos monoteístas, dos politeístas e dos animistas tiveram e têm uma expressão meditativa no sentido de cultivar uma mente mais pacificada e um coração apaziguado.”
Por Inês Castilho
A meditação é objeto de interesse crescente na medicina. Sua indicação está se tornando cada vez mais comum no tratamento e prevenção de doenças imunológicas, do sistema cardiorrespiratório, dos distúrbios do sono, do estresse, da dor. Médicos começam a adotá-la como técnica complementar no controle da hipertensão e arritmias cardíacas. Desde que foi capa da Time, em 2003, o assunto tem sido freqüentemente veiculado pela mídia – como o recente Globo Repórter que mostrou a prática de meditação por médicos e enfermeiros do Hospital de Apoio de Brasília
A monja Coen Sensei, da tradição zen-budista, diz ter perdido a conta de quantas pessoas ensinou a meditar, no Japão e no Brasil. “Foram centenas, talvez milhares. O interesse pela meditação é internacional e cresce também entre empresários”, diz ela, que começou a praticar durante o boom da meditação nos Estados Unidos pós-guerra do Vietnã. Foi assim também com Susan Andrews, monja do tantra ioga que fundou o Instituto Visão Futuro em Porangaba (SP) e calcula já ter treinado mais de dez mil pessoas em seus 35 anos como instrutora de meditação, em vários países
Mais de cinco mil pessoas já passaram pelos cursos ministrados por Lia Diskin na Associação Palas Athena, em São Paulo. A psicopedagoga Vivi Tuppy, formada pela Palas, levou para Araçatuba e Birigüi (SP) o programa Educadores da Paz, com práticas de atenção com foco na respiração que já alcançaram cerca de 17 mil alunos e professores das redes estadual e municipal de ensino. O resultado foi o aumento nos índices de aprendizagem e redução da violência na escola e comunidade. Essas são apenas algumas experiências
Neuroplasticidade
Os estudos publicados em revistas científicas também se multiplicaram nas últimas décadas. Particularmente nos Estados Unidos, mas também no Brasil – em instituições respeitadas como a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) do Hospital Albert Einstein e a Universidade de São Paulo (USP).
Neuroplasticidade é palavra-chave das pesquisas mais atuais. O termo refere-se à capacidade de o cérebro mudar sua estrutura e função – os circuitos neuronais mais usados se expandem e fortalecem, ao passo que aqueles não usados, ou usados raramente, se encurtam e enfraquecem. “Espera-se que, aprendendo a fomentar e controlar a neuroplasticidade, ela possa trazer benefícios em casos de doenças degenerativas e imunológicas, e lesões por trauma e vasculares”, observaJoão Radvany,neurologista, psiquiatra e neurorradiologista do Hospital Albert Einstein
Radvany prepara-se para dar início a uma pesquisa, financiada pelo Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) do Einstein, que tem como objetivo verificar os efeitos da meditação na atenção e concentração de um grupo de médicos. O estudo será feito em colaboração com Edson Amaro Jr., coordenador de pesquisa em neuroimagem no IEP, e Elisa Kozasa, pesquisadora em técnicas de meditação da Unidade de Medicina Comportamental da Unifesp, com o uso da técnica de ressonância magnética funcional, que permite verificar as áreas ativadas no cérebro durante a prática.
Diálogos Mind and Life
O impulso para o desenvolvimento dessas pesquisas deve-se principalmente à associação entre o líder espiritual tibetano Dalai Lama e o biólogo chileno Francisco Varela (1950-2001), então chefe da Unidade de Neurodinâmica do Hospital Salpetrière, em Paris. Nasceu daí o Mind and Life Institute, que desde 1987 realiza encontros anuais – um ano no Ocidente, e outro, informal, em Dharamsala, na Índia, onde Sua Santidade vive exilado – para um diálogo entre homens e mulheres de ciência e monges budistas sobre a natureza do universo e da mente.
Os encontros do Mind and Life reúnem cientistas dos mais respeitados centros de pesquisa dos Estados Unidos, tais como Harvard, Princeton, Duke, Califórnia. Com o objetivo de responder a um desafio – Como criar e manter uma mente saudável? –, a partir de 1990 cientistas filiados à instituição começaram a investigar os efeitos neurobiológicos da meditação.
Embora divulgados, eles só foram abertos ao público em 2003. O segundo diálogo aberto aconteceu em novembro passado em Washington (EUA), com o tema Investigando a Mente 2005: Aplicações Clínicas e Científicas da Meditação. Em sua passagem por São Paulo, Sua Santidade falou sobre essas experiências no seminário Compaixão e Sabedoria– a construção da saúde pessoal e coletiva, realizado dia 28 de abril no Palácio de Convenções do Anhembi, com a participação da Unifesp/Escola Paulista de Medicina.
Participação Brasileira
Em 2004, o Mind and Life deu início a um programa de verão anual de uma semana, o Summer Research Institute, em que a apresentação e debate dos temas científicos eram alternados com períodos de meditação que somavam cerca de três horas diárias. Entre os pesquisadores selecionados encontrava-se a bióloga e pesquisadora brasileira Elisa Kozasa, que participou também do Summer Research de 2005.
Autora de uma tese de doutorado sobre os efeitos – positivos – da meditação e da respiração da ioga na ansiedade, depressão e atenção, Kozasa é co-orientadora de vários projetos de mestrado em meditação na Unifesp e se prepara para fazer pós-doutorado avaliando as áreas cerebrais relacionadas à meditação, através da técnica de neuroimagem funcional. Seu interesse foi despertado aos 12 anos pela prática de aikidô, e mais tarde pela leitura de livros como Autobiografia de um Iogue, de Paramahansa Yogananda, e Diálogos Entre Cientistas e Sábios, de René Weber.
Também o interesse do neurologista João Radvany pela meditação, estranhamente, foi despertado por um esporte – a natação. Hoje, além de nadar ele pratica tai chi chuan e meditação zen. “Todos os estímulos do mundo externo e interno são levados ao tronco cerebral, onde uma rede de neurônios mantém o estado acordado e de atenção como se fosse uma luz, de intensidade variável e direção itinerante, para iluminar a experiência que a gerou”, explica Radvany.
“As áreas frontais do cérebro fixam o foco dessa luz, gerando concentração no estímulo que a consciência escolhe. A meditação orienta o farol para que incida num determinado aspecto da experiência, excluindo todo o resto.”
Estudos do Cérebro
Tanto Radvany como Kozasa ressaltam, entre os estudos realizados por pesquisadores que participam do Mind and Life, os experimentos de Sara Lazar, doutora em biologia molecular pela Universidade de Harvard e praticante de ioga e meditação por aproximadamente dez anos. Em um trabalho publicado em 2000, ela e sua equipe de pesquisadores mostraram que é possível verificar variações da atividade cerebral mesmo em pessoas com pouca prática de meditação, com o uso de ressonância magnética funcional.
Outro estudo de imagem da mesma pesquisadora, publicado em 2005, mostrou que áreas específicas do córtex cerebral, a camada externa do cérebro, eram mais espessas em praticantes pouco experientes de um tipo de meditação conhecida como mindfulness, comumente praticada nos Estados Unidos. “Ela mostrou que não é preciso meditar o dia inteiro para produzir alterações estruturais no cérebro. E que é possível retardar a atrofia de certas áreas cerebrais relacionadas à idade”, observa Radvany.
O neurocientista Richard Davidson, da Universidade de Wisconsin, em Madison, colaborador do Dalai Lama desde 1992, é um dos principais pesquisadores da neuroplasticidade. “Os neurocientistas acreditavam que nascemos com determinado número de neurônios, e que as mudanças ocorridas com o desenvolvimento seriam apenas nas conexões entre essas células e as células moribundas. Nos últimos dois anos, descobrimos que isso não é verdade. Já foi demonstrado nos humanos que crescem neurônios novos durante a vida inteira. É uma descoberta fantástica” – disse ele no diálogo ocorrido em 2000 em Dharamsala, relatado no livro Como Lidar com Emoções Destrutivas – Para Viver em Paz com Você e os Outros (Editora Campus), de autoria do Dalai Lama e de Daniel Goleman.
Outro pesquisador importante é Jon Kabat-Zinn, diretor da Clínica de Redução do Estresse, professor de medicina da Universidade de Massachusetts e um dos autores do livro A Mente Alerta (Editora Objetiva). Para Radvany, o mérito de Kabat-Zinn, criador do método de meditação conhecido como mindfulness behavior stress reduction (MBSR), ”foi chamar a atenção para o fato de que é possível transformar todas as atividades diárias em meditação, no sentido de baixar o tônus vegetativo – que é o antídoto do estresse”.
Em outras palavras: “Como você pensa, você se torna. Se diariamente, durante a profunda concentração da meditação, redirecionamos o nosso estado mental para longe dos estreitos e negativos padrões de pensamento, em direção a um sentimento de compaixão e tranqüilidade interior, nossas mentes gradualmente se tornam repletas de amor e paz” – como diz Susan Andrews e, na qualidade de aprendiz, posso testemunhar.
Tecnologias não-invasivas
A investigação da natureza cognitiva e da emoção no cérebro, com o nível de detalhamento atual, só se tornou possível pelo poder das tecnologias não- invasivas. “A máquina de ressonância magnética tem um metro e meio de comprimento, pesa de 20 a 30 toneladas e faz um barulho danado, mas a radiação que emite é um bilhão de vezes menor que a do Raio X”, explica o radiologista Edson Amaro Jr.
Uma revisão minuciosa dessas técnicas e das pesquisas sobre meditação foi feita por Marcello Árias Danucalov e Roberto Simões, pesquisadores do Centro Universitário Monte Serrat (Unimonte), em Santos (SP), no livro Neurofisiologia da Meditação – Investigações Científicas no Yoga e nas Experiências místico-religiosas: uma Aproximação Entre a Ciência e a Religiosidade, que acaba de ser lançado pela Editora Phorte. Como Kozasa e Radvany, Marcello descobriu o estado meditativo praticando um esporte – o surfe.
“O estudo da ativação dos circuitos elétricos cerebrais através desses novos recursos tecnológicos tem nos fornecido um minucioso quadro das funções individuais de cada pequena parte que compõe o sistema nervoso central”, afirmam eles. “Com elas, nós podemos determinar a localização anatômica exata de cada um dos sítios relacionados aos nossos cinco sentidos; quais as áreas ativas durante os mais simples ou os mais complexos comportamentos motores, de uma pequena área agregada ao ato de movimentar um único dedo, até as vastas regiões do córtex motor associadas à performance de um pianista.”
Pesquisa revela: meditação libera da cólera, da raiva e da inveja
Os primeiros resultados de um programa de pesquisas de laboratório atualmente em curso na Universidade de Wisconsin (EUA), sob a direção de Richard Davidson, reunindo neuropsicólogos e monges budistas, faz furor nos meios científicos. Esses resultados revelam que a meditação é muito mais do que uma simples técnica de relaxamento. Mostram que um treinamento regular da mente e do espírito, através de técnicas de meditação, modificam nossa massa cinzenta – e assim, como conseqüência, a maneira através da qual percebemos o mundo dentro e fora de nós.
Esse programa de pesquisas não teria sido possível sem a colaboração interessada de Tenzin Gyatso, o atual Dalai Lama, chefe do budismo de linha tibetana. Ele se entusiasmara, há cinco anos, ao ter conhecimento de recentes descobertas na área da neurociência, em particular a respeito da maneira através da qual as emoções negativas aparecem no cérebro. Alguns pesquisadores o visitaram na ocasião, interessados no fato de que, para muitos budistas praticantes regulares da meditação, estados de alma como o ódio, a raiva, a cólera, a inveja e a cólera constituem sentimentos praticamente desconhecidos. Bem ao contrário, é certo que a meditação reforçou neles traços positivos de caráter e de comportamento.
Foi Richard Davidson quem teve a idéia de utilizar instrumental moderno para explorar em laboratório o funcionamento cerebral de alguns desses budistas. Desse instrumental faz parte, entre outras aparelhagens, a tomografia por ressonância magnética funcional.
Segundo um dogma neurocientífico fundamental, hoje superado, as conexões neuronais cerebrais seriam estabelecidas durante a infância, e permaneceriam fixas até a morte do indivíduo. Sabe-se hoje que os neurônios se modificam até uma idade bastante avançada, tanto no que diz respeito à sua estrutura quanto a seu funcionamento. Quando alguém pratica assiduamente um instrumento musical, não apenas as redes neuronais correspondentes se reforçam, mas novas conexões se estabelecem, incrementando a destreza do músico. A esse fenômeno dá-se o nome de “plasticidade cerebral”. Mas tal plasticidade, recentemente descoberta, só tinha sido estudada em relação a sinais provenientes do mundo exterior.
Davidson decidiu investigar se atividades puramente mentais também modificariam o cérebro, e qual o efeito que tais modificações produziriam sobre o humor e os sentimentos. Ora, os budistas consideram sua doutrina como uma “ciência do espírito”, e a eles próprios como “atletas do mental”. Daí sua escolha quase natural, por parte de Davidson e sua equipe, como sujeitos privilegiados para os experimentos.
Desde o início os resultados obtidos em laboratório foram surpreendentes. O primeiro “paciente” investigado, um velho lama de um mosteiro na Índia, podia se gabar de mais de dez mil horas de meditação praticadas. No laboratório, o seu córtex frontal esquerdo – a parte do córtex situada à esquerda e atrás da fronte – se revelou muito mais ativa do que a dos 150 outros “pacientes-testemunhas” testados, que nunca tinham praticado meditação.
As pesquisas começaram a mostrar uma série de outros dados relevantes. Descobriu-se, por exemplo, que tais áreas cerebrais são mais ativas em pessoas que conduzem um “estilo de sentimentos positivos”, ou seja, nos que são mais alegres e cultivam o bom humor. Por outro lado, notou-se que, nas pessoas de natureza mais pessimista, triste e depressiva, predomina o hemisfério cerebral direito. Os otimistas, os que preferem sorrir para a vida, possuem sempre um córtex cerebral esquerdo mais ativo. Um exame do comportamento dos otimistas revelou também que eles são capazes de superar muito mais rapidamente as emoções negativas que inevitavelmente nos assaltam de vez em quando. Tudo se passa como se um córtex esquerdo mais ativo tivesse a capacidade de inibir os sentimentos negativos.
Desenvolvendo ainda mais seu programa de pesquisa, Davidson fez uma descoberta ainda mais surpreendente: a serenidade pode ser aprendida, exatamente como se aprende um instrumento musical ou uma disciplina esportiva.
As muitas formas da meditação
Há várias linhas de meditação. O hinduísmo e o budismo têm vários tipos de prática. E há ainda as meditações judaica, cristã e islâmica, além daquelas praticadas pelos povos tradicionais. Tendo em mente que meditar é a única maneira de compreender o que significa meditação, seguem algumas considerações sobre o tema:
“Todas as tradições religiosas do Oriente e do Ocidente, dos monoteístas, dos politeístas e dos animistas tiveram e têm uma expressão meditativa no sentido de cultivar uma mente mais pacificada e um coração apaziguado.”
(Vivi Tuppy)
“A meditação cria uma instância mental que permite tomar consciência dos pensamentos e emoções antes de agir. Com isto, posso dar a eles o devido valor, descartando (na medida do possível) conscientemente aqueles que possam causar sofrimento ao outro e a mim próprio.”
“A meditação cria uma instância mental que permite tomar consciência dos pensamentos e emoções antes de agir. Com isto, posso dar a eles o devido valor, descartando (na medida do possível) conscientemente aqueles que possam causar sofrimento ao outro e a mim próprio.”
(Georg Tuppy, cardiologista)
“Meditação, para efeitos de um modelo biológico, é exercício de concentração e simultânea inibição de estímulos irrelevantes.”
“Meditação, para efeitos de um modelo biológico, é exercício de concentração e simultânea inibição de estímulos irrelevantes.”
(João Radvany)
“Dentro de suas orações havia toda a eternidade; e nas horas de meditação o tempo fluía e refluía, avançava ou recuava mil anos ou então se sumia de todo no espaço ilimitado de seu espírito, que de repente ficava esvaziado do seu conteúdo de tempo, bem como uma lagoa cuja água se drenasse por completo.”
“Dentro de suas orações havia toda a eternidade; e nas horas de meditação o tempo fluía e refluía, avançava ou recuava mil anos ou então se sumia de todo no espaço ilimitado de seu espírito, que de repente ficava esvaziado do seu conteúdo de tempo, bem como uma lagoa cuja água se drenasse por completo.”
(Érico Veríssimo, O Tempo e o Vento)
“A meditação me possibilita estar presente neste instante eterno.”
“A meditação me possibilita estar presente neste instante eterno.”
(Monja Coen)
“É a arte de se abrir a cada momento com consciência calma.”
(Victor N. Davich, em O Melhor Guia Para a Meditação)
“Se a água barrenta ficar quieta por muito tempo, o barro se depositará no fundo e a água se tornará clara. Na meditação, quando o barro de seus pensamentos inquietos começa a depositar-se, o poder de Deus começa a refletir-se nas águas claras de sua consciência."
“Se a água barrenta ficar quieta por muito tempo, o barro se depositará no fundo e a água se tornará clara. Na meditação, quando o barro de seus pensamentos inquietos começa a depositar-se, o poder de Deus começa a refletir-se nas águas claras de sua consciência."
(Paramahansa Yogananda,1893-1952)
Pablo Neruda
É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras,
Ódio, solidão e crueldade,
Alguns lamentos,
Muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
Multiplicar os beijos, as searas,
É urgente descobrir rosas e rios
E manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros e a luz impura,
Até doer.
É urgente o amor,
É urgente permanecer...
Monja Coen
Se a paz não começar em mim, não começará.
Se eu levantar a bandeira da paz em desafio, não será paz.
É preciso erguer as bandeiras brancas com o coração de harmonia, respeito, compaixão.
Se nosso estado é de rancor, de vingança, de demonstrar nossa força, não terá a força de transformar violência em paz ativa.
Vamos caminhar silenciosos e amorosos.
Vamos nos encontrar e nos cumprimentar na certeza de que todos compartilhamos da mesma casa comum.É uma casa tão grande, de vidas tão diferentes. É como é.
Este ser é inter ser e é transformação. Nada fixo. Podemos direcionar o caminho da mudança.Vamos nos respeitar nas nossas diferenças.
Sem exigir que nos tornemos iguais, que pensemos da mesma forma, que tenhamos a mesma religião e a mesma cultura.
Unidos estamos pelo ar, pelo céu, pela terra, pela vida e pela morte, pelo sonho, a utopia que se realiza quando corações e mentes se unem no Caminho da Verdade.
Vamos nos respeitar nas diferenças de cor de pele, de culturas, de gêneros, de alegrias, de tristezas, de curas e de doenças.
Caminhemos juntos, pois é inevitável.
Juntos estamos.
Juntos somos no cosmos.
Intersomos, numa rede fantástica de interconexões.
Interdependência de instantes que jamais se repetem. Jamais. Façamos deste o momento sagrado. Deste local o solo, o céu, o ar, as águas e a vida abençoada. Basta mudarmos só um pouquinho. Da ganância, da raiva e da ignorância criamos o compartilhar, o compreender, o saber superior iluminado da verdade.
Se tudo que começa termina, como terminará a época das guerras, das injustiças, das fomes, das doenças, das tristezas, das discriminações, dos excluídos, afastados, nefasta destruição da natureza?
Terminará com uma mudança de consciência do ser humano, com o desenvolvimento das capacidades de sentir o outro como o eu, o eu como o outro. Terminará quando retornarmos ao verdadeiro e resgatarmos a percepção de que somos um só corpo vivo e que da nossa cooperação amistosa, justa, todos poderão viver plena e dignamente.
Quantas mais pessoas descobrirem, e colocarem em prática, soluções de não violência ativa para conflitos, mais nos acercaremos da justiça social, do compartilhar da vida, da cura da Terra, da inclusão social, da preservação da natureza, do respeito à nossa casa comum, na celebração da vida.
Pouco a pouco, dando tempo ao tempo, vamos nos reunindo, na grande tenda global. Não da globalização licenciosa, que se aproveita para ludibriar, excluir e explorar. Não. A força global que nos une, a energia que perpassa tudo que existe, permeia o globo terrestre e universalmente a existência. Natureza-Buda.
Das forças a mais forte de todas. Energia vital. Amor universal. Compaixão. Com - Paixão. Compartilhar a dor e o amor. Apaixonados pelo bem das multidões de formas de vida e criações. Apaixonados pela ação interativa de unir e não de separar.
Sinto a dor da fome das crianças da África e das crianças das periferias das cidades grandes de todo o mundo.
Sinto a tristeza dos que sobrevivem aos ataques mortíferos de armas de guerra e de desunião entre os povos.
Sinto o desespero da mãe solapada com pedaços de seu filho no colo.
Sinto a angústia do soldado correndo, matando e morrendo, ao obedecer ordens.
Sinto coragem, sossego e loucura através das drogas que me permitem continuar o combate.
Sinto o pesar das noites de insônia dos líderes tolos, perdidos em somas, em números e cores, incapazes de abrir seus corações amorosos.
Sinto a desesperança dos que são maltratados em longas filas hospitalares, quando lhes permitem entrar em fila, quando já não chegam mutilados de corpo e mente nos hospitais lotados e atarefados.
Sinto o cansaço e o temor das impossibilidades de mudança.
Sinto a tristeza e o rancor.
Sinto a violência se desencadeando em meu peito que é o seu.
Sem conseguir refreá-la me entrego a facas e balas. Se não morrer no asfalto, na terra, boca cheia de formigas, morro nas prisões do mundo, atado pelos desejos insaciados, que não são apenas meus.
Sinto a dificuldade dos juízes em dar o parecer justo e o desespero do inocente que é culpado de ser pobre, de ser gente que não tem quem o defende.
Sinto todas as dores e me comovo de pronto Movendo junto a dor.
Mas também: Sinto o prazer dos frutos adocicados nas bocas das crianças saudáveis do mundo.
Sinto a alegria do fim das guerras e da união dos povos.
Sinto a esperança da mãe na cura de doenças terminais.
Sinto a força de vontade dos jovens vencendo a dependência às drogas e se negando a matar.
Sinto o sono tranqüilo de líderes corretos, cuidando das pessoas e de seu bem estar.
Sinto a eficácia de sistemas de saúde pública e particular, onde o mais importante é a vida.
Sinto a grande esperança nas possibilidades de mudança.
Sinto a ternura de um gesto, um olhar de compreensão nas alegrias de desarmar-se e manter as mãos abertas.
Sinto o prazer em aprender. Aprendo a ficar satisfeita.
Sinto a justiça dos seres corretos, onde o culpado não é apedrejado nem morto, mas posto a convívio que purifica, que arrepende e que modifica para o bem.
Sinto o contentamento de ser, intersendo.
Sinto da vida todas as alegrias e com os rios fluindo, fluo e me rio.
Não há um inimigo. Não se iludam, não há. Nenhum país. Nenhuma pessoa. Seria tão fácil, tão simples dizer foi ela, foi ele. Tão cômodo poder apontar para fora e gritar: assassino, corrupto, ladrão. Escapando das suas responsabilidades de habitante grupal. Não se iluda dizendo ser bom e o outro mau. Perceba que somos o bem e o mal; a luz e a sombra em todo seu potencial. Fazemos escolhas. Mas estas dependem de tudo com que nos alimentaram, tudo com que nos capacitaram e nós mesmos nos capacitamos. Até nisso, veja bem, somos todos responsáveis.
Se o Presidente Bush ameaça e se prepara para um ataque fatal, apoiado por mais de 60% das pessoas de sua terra natal é porque não lhe ensinaram soluções de paz ativa. Qual foi a educação que teve, que soluções lhe ensinaram? Quem o assessora agora? Por que e como o elegeram? Tudo isso tem a ver. Nada está isolado. Ao invés de o odiar, de ao seu país querer mal, precisamos é nos unir no pensamento e na ação de amar e compreender, de vivenciar a compaixão. Isto não quer dizer que não devemos fazer nada. Muito pelo contrário. Só que a mudança que falo, mas poderosa que guerras, que revoluções internas e externas é a mudança do coração.
Quando percebi do que é capaz, um ser humano que compreende e se transforma em agente da paz, pensei que era revolucionário demais. Agora sigo o caminho e sempre me perguntando: como é que posso fazer para conduzir o maior número de seres à Iluminação, à Verdade e á Vida em comunidade?
Está na hora do despertar da humanidade. Bom dia!
Que haja discernimento correto na opção da vida. Que conheçamos os três venenos temíveis a serem evitados: a ganância, a raiva e a ignorância, nos seus disfarces mais variados. A maioria de nós demora a perceber o próprio envenenamento. Devem ser apiedadas, orientadas e não apedrejadas.
Não queimem bandeiras.
Não joguem pedras.
Não gritem insultos.
Não condenem pessoas, mas situações.
Podemos juntos transformar a maneira de ser dos habitantes da Terra. Com isso modificaremos o habitat. Faremos daqui o local, não da espera, mas do chegar. Onde se fica bem. Onde a vida cuida com cuidado uns dos outros. No afago ao recém nascido. A benção da esperança. Tudo será diferente, pois tudo que queremos aqui mesmo se alcança.
Oremos e meditemos, junto a muito trabalho, Construindo e aprendendo uma nova maneira de ser. Um outro mundo possível onde a cultura é da paz.. Aprendendo a cada instante A ser mais livre e melhor. Não aquela liberdade anárquica e saltitante. Que não considera o todo e pensa só na sua estante. Como livros bem guardados e amarelados, comidos por traça e cupim. Nossos pensamentos lacrados se fecham. Congelados, desgastados, poluídos, maculados. Sem se manifestar A verdade mais profunda fica esquecida, deixada. O falso vai num crescendo. Crescendo. Seu som engolfa o mundo.
Todos pensam que é o fim, que tudo está tão errado, que não se pode mudar. Errado. Pausa. Volte seu olhar para dentro. Examine com cuidado. Perceba o elo sagrado. Seja ele com Senhor Buda, Ramsés. Íris, Profeta Mohamed, Jesus, Deus, Orixás, divindades, espíritos encarnados e desencarnados. Este elo nos une e não nos separa. Há quem diga que as religiões criam guerras. Se forem verdadeiras não as criarão. Ao contrário, criarão soluções de não violência e respeito, de amor ao que é de direito.Vamos nos unir criando com nossas vidas uma rede de bem. Que cubra toda a terra. Vamos criar essa teia de percepção verdadeira. Relembrar. Relembrar o verdadeiro. Estamos todos ligados. Interconectados. Corpo e mente não são dois. Imagem, reflexo e semelhança.
Vista a camisa da Cultura de Paz.
Substitua Guevara por Gandhi.
Re aprenda a querer bem, a mudar, sem ter de matar ou morrer.
Se eu levantar a bandeira da paz em desafio, não será paz.
É preciso erguer as bandeiras brancas com o coração de harmonia, respeito, compaixão.
Se nosso estado é de rancor, de vingança, de demonstrar nossa força, não terá a força de transformar violência em paz ativa.
Vamos caminhar silenciosos e amorosos.
Vamos nos encontrar e nos cumprimentar na certeza de que todos compartilhamos da mesma casa comum.É uma casa tão grande, de vidas tão diferentes. É como é.
Este ser é inter ser e é transformação. Nada fixo. Podemos direcionar o caminho da mudança.Vamos nos respeitar nas nossas diferenças.
Sem exigir que nos tornemos iguais, que pensemos da mesma forma, que tenhamos a mesma religião e a mesma cultura.
Unidos estamos pelo ar, pelo céu, pela terra, pela vida e pela morte, pelo sonho, a utopia que se realiza quando corações e mentes se unem no Caminho da Verdade.
Vamos nos respeitar nas diferenças de cor de pele, de culturas, de gêneros, de alegrias, de tristezas, de curas e de doenças.
Caminhemos juntos, pois é inevitável.
Juntos estamos.
Juntos somos no cosmos.
Intersomos, numa rede fantástica de interconexões.
Interdependência de instantes que jamais se repetem. Jamais. Façamos deste o momento sagrado. Deste local o solo, o céu, o ar, as águas e a vida abençoada. Basta mudarmos só um pouquinho. Da ganância, da raiva e da ignorância criamos o compartilhar, o compreender, o saber superior iluminado da verdade.
Se tudo que começa termina, como terminará a época das guerras, das injustiças, das fomes, das doenças, das tristezas, das discriminações, dos excluídos, afastados, nefasta destruição da natureza?
Terminará com uma mudança de consciência do ser humano, com o desenvolvimento das capacidades de sentir o outro como o eu, o eu como o outro. Terminará quando retornarmos ao verdadeiro e resgatarmos a percepção de que somos um só corpo vivo e que da nossa cooperação amistosa, justa, todos poderão viver plena e dignamente.
Quantas mais pessoas descobrirem, e colocarem em prática, soluções de não violência ativa para conflitos, mais nos acercaremos da justiça social, do compartilhar da vida, da cura da Terra, da inclusão social, da preservação da natureza, do respeito à nossa casa comum, na celebração da vida.
Pouco a pouco, dando tempo ao tempo, vamos nos reunindo, na grande tenda global. Não da globalização licenciosa, que se aproveita para ludibriar, excluir e explorar. Não. A força global que nos une, a energia que perpassa tudo que existe, permeia o globo terrestre e universalmente a existência. Natureza-Buda.
Das forças a mais forte de todas. Energia vital. Amor universal. Compaixão. Com - Paixão. Compartilhar a dor e o amor. Apaixonados pelo bem das multidões de formas de vida e criações. Apaixonados pela ação interativa de unir e não de separar.
Sinto a dor da fome das crianças da África e das crianças das periferias das cidades grandes de todo o mundo.
Sinto a tristeza dos que sobrevivem aos ataques mortíferos de armas de guerra e de desunião entre os povos.
Sinto o desespero da mãe solapada com pedaços de seu filho no colo.
Sinto a angústia do soldado correndo, matando e morrendo, ao obedecer ordens.
Sinto coragem, sossego e loucura através das drogas que me permitem continuar o combate.
Sinto o pesar das noites de insônia dos líderes tolos, perdidos em somas, em números e cores, incapazes de abrir seus corações amorosos.
Sinto a desesperança dos que são maltratados em longas filas hospitalares, quando lhes permitem entrar em fila, quando já não chegam mutilados de corpo e mente nos hospitais lotados e atarefados.
Sinto o cansaço e o temor das impossibilidades de mudança.
Sinto a tristeza e o rancor.
Sinto a violência se desencadeando em meu peito que é o seu.
Sem conseguir refreá-la me entrego a facas e balas. Se não morrer no asfalto, na terra, boca cheia de formigas, morro nas prisões do mundo, atado pelos desejos insaciados, que não são apenas meus.
Sinto a dificuldade dos juízes em dar o parecer justo e o desespero do inocente que é culpado de ser pobre, de ser gente que não tem quem o defende.
Sinto todas as dores e me comovo de pronto Movendo junto a dor.
Mas também: Sinto o prazer dos frutos adocicados nas bocas das crianças saudáveis do mundo.
Sinto a alegria do fim das guerras e da união dos povos.
Sinto a esperança da mãe na cura de doenças terminais.
Sinto a força de vontade dos jovens vencendo a dependência às drogas e se negando a matar.
Sinto o sono tranqüilo de líderes corretos, cuidando das pessoas e de seu bem estar.
Sinto a eficácia de sistemas de saúde pública e particular, onde o mais importante é a vida.
Sinto a grande esperança nas possibilidades de mudança.
Sinto a ternura de um gesto, um olhar de compreensão nas alegrias de desarmar-se e manter as mãos abertas.
Sinto o prazer em aprender. Aprendo a ficar satisfeita.
Sinto a justiça dos seres corretos, onde o culpado não é apedrejado nem morto, mas posto a convívio que purifica, que arrepende e que modifica para o bem.
Sinto o contentamento de ser, intersendo.
Sinto da vida todas as alegrias e com os rios fluindo, fluo e me rio.
Não há um inimigo. Não se iludam, não há. Nenhum país. Nenhuma pessoa. Seria tão fácil, tão simples dizer foi ela, foi ele. Tão cômodo poder apontar para fora e gritar: assassino, corrupto, ladrão. Escapando das suas responsabilidades de habitante grupal. Não se iluda dizendo ser bom e o outro mau. Perceba que somos o bem e o mal; a luz e a sombra em todo seu potencial. Fazemos escolhas. Mas estas dependem de tudo com que nos alimentaram, tudo com que nos capacitaram e nós mesmos nos capacitamos. Até nisso, veja bem, somos todos responsáveis.
Se o Presidente Bush ameaça e se prepara para um ataque fatal, apoiado por mais de 60% das pessoas de sua terra natal é porque não lhe ensinaram soluções de paz ativa. Qual foi a educação que teve, que soluções lhe ensinaram? Quem o assessora agora? Por que e como o elegeram? Tudo isso tem a ver. Nada está isolado. Ao invés de o odiar, de ao seu país querer mal, precisamos é nos unir no pensamento e na ação de amar e compreender, de vivenciar a compaixão. Isto não quer dizer que não devemos fazer nada. Muito pelo contrário. Só que a mudança que falo, mas poderosa que guerras, que revoluções internas e externas é a mudança do coração.
Quando percebi do que é capaz, um ser humano que compreende e se transforma em agente da paz, pensei que era revolucionário demais. Agora sigo o caminho e sempre me perguntando: como é que posso fazer para conduzir o maior número de seres à Iluminação, à Verdade e á Vida em comunidade?
Está na hora do despertar da humanidade. Bom dia!
Que haja discernimento correto na opção da vida. Que conheçamos os três venenos temíveis a serem evitados: a ganância, a raiva e a ignorância, nos seus disfarces mais variados. A maioria de nós demora a perceber o próprio envenenamento. Devem ser apiedadas, orientadas e não apedrejadas.
Não queimem bandeiras.
Não joguem pedras.
Não gritem insultos.
Não condenem pessoas, mas situações.
Podemos juntos transformar a maneira de ser dos habitantes da Terra. Com isso modificaremos o habitat. Faremos daqui o local, não da espera, mas do chegar. Onde se fica bem. Onde a vida cuida com cuidado uns dos outros. No afago ao recém nascido. A benção da esperança. Tudo será diferente, pois tudo que queremos aqui mesmo se alcança.
Oremos e meditemos, junto a muito trabalho, Construindo e aprendendo uma nova maneira de ser. Um outro mundo possível onde a cultura é da paz.. Aprendendo a cada instante A ser mais livre e melhor. Não aquela liberdade anárquica e saltitante. Que não considera o todo e pensa só na sua estante. Como livros bem guardados e amarelados, comidos por traça e cupim. Nossos pensamentos lacrados se fecham. Congelados, desgastados, poluídos, maculados. Sem se manifestar A verdade mais profunda fica esquecida, deixada. O falso vai num crescendo. Crescendo. Seu som engolfa o mundo.
Todos pensam que é o fim, que tudo está tão errado, que não se pode mudar. Errado. Pausa. Volte seu olhar para dentro. Examine com cuidado. Perceba o elo sagrado. Seja ele com Senhor Buda, Ramsés. Íris, Profeta Mohamed, Jesus, Deus, Orixás, divindades, espíritos encarnados e desencarnados. Este elo nos une e não nos separa. Há quem diga que as religiões criam guerras. Se forem verdadeiras não as criarão. Ao contrário, criarão soluções de não violência e respeito, de amor ao que é de direito.Vamos nos unir criando com nossas vidas uma rede de bem. Que cubra toda a terra. Vamos criar essa teia de percepção verdadeira. Relembrar. Relembrar o verdadeiro. Estamos todos ligados. Interconectados. Corpo e mente não são dois. Imagem, reflexo e semelhança.
Vista a camisa da Cultura de Paz.
Substitua Guevara por Gandhi.
Re aprenda a querer bem, a mudar, sem ter de matar ou morrer.
Soren Kierkegaard
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