Somos todos formados por partes, pequenas partes, para logo nos tornarmos inteiros. Falo em todos os sentidos. Corporal, mental e espiritual. Para algumas pessoas faltam essas partes. E existem ainda suas divisões. Existem os pés, pernas, coxas, quadril, tronco, braços, antebraços, as mãos e a cabeça. Existem os sentimentos, as emoções e os desejos. Existem os campos de energia, o calor e frio de uma presença, as diversas auras existentes num único ser. Dentro de cada uma dessas partes há também suas divisões e sub-divisões. As articulações, ligamentos, tendões, ossos e músculos. A ira, a luxúria e o ódio, o amor, a compaixão e a caridade.
Se pararmos pra pensar nada disso tem sua beleza estética, emocional nem espiritual. Nenhum destes itens se finaliza em si mesmo. É necessário o ser atuante, o ser – humano. O que há de belo em um pé ?! O que o faz belo ?! Um padrão social, uma numeração ?! O que há de belo no amor ?! Se não o vivemos, se não o incorporamos ?! Por onde estes pés andam ?! Eles buscam amor ?!
Somos partes aleatórias e ironicamente encaixadas a sorte de uma curta existência. Somos um conjunto motor e emocional integrado que assume vida e vai. Nos apaixonamos pelo jeito de andar do outro, e aí está o pé, e logo o amor. Isso é infinito. Nada daria certo se não houvesse esta interrelação.
Durante a consciência que temos do que é vida, nós apoiamos e recolhemos de nossas rápidas existências algumas bases simplórias. O mundo oferece algumas simples experiências e criamos outras várias expectativas.
E logo assumimos uma ou várias maneiras de ser. Dependendo das nossas relações somos mais travados, outras vezes mais desencanados. Não há regras, mudamos em milésimos de segundos.
Você olha alguém e alguém te olha e ali existe amor, ódio, gratidão, ternura, raiva, ciúmes... Muitas vezes nos apaixonamos pelo que queremos nos tornar, e raramente nos apaixonamos pelo outro. Há algo em você que eu gostaria de ter, de ser, de possuir. Vê como o outro é apenas ferramenta / personagem na grande maioria das vezes ?!
Somos muito racionais e de bicho temos muito pouco. Outro dia li uma entrevista de um estilista famoso. Disse que ficava dias com seu companheiro trancado em casa. Faziam amor, comiam, dormiam, riam, bebiam e esqueciam de tomar banho. Achei muito coisa de bicho. Tão raro hoje neste mundo onde tudo dá nojo nas pessoas. Achei fantástico esquecer o banho.
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