Um poema ... Arlete Pereira da Costa
Anímico - Adélia Prado
Anímico
Nasceu no meu jardim um pé de mato
que dá flor amarela.
Toda manhã vou lá pra escutar a zoeira
da insetaria na festa.
Tem zoado de todo jeito:
tem do grosso, do fino, de aprendiz e de mestre.
É pata, é asa, é boca, é bico,
é grão de poeira e pólen na fogueira do sol.
Parece que a arvorinha conversa.
Extraído do Livro: Poesia Reunida
Gatos ( Por Alex )
Há uma cidade desabitada,
a rua à silenciar,
estáticos paralelepípedos à congelar a sola dos pés.
Há andar descalço e apreensivo bem ao meio do centro da rua.
Grandes gatos em madeira, tronco e tranco, duros a la peroba.
Surgem.
Coloridos.
Expressões estáticas, distintas ... assustadoras.
Voam ... a meio centímetro do chão como em películas de fim de semana.
Ficam em volta,
Voam ... a meio centímetro do chão como em películas de fim de semana.
Ficam em volta,
Voltam e cercam.
Ataque preciso e também necessário.
Olhe em seus olhos, A rodopiar ... Oscilar.
Um parte ao ataque,
e mesmo sem titubear,
Vem a defesa.
Três investidas de cada um, um por um e todos em um,
longos períodos em tentativa.
Em meio à corrida e troca de ruas.
Em nenhum momento conseguiram ... encostar, sequer tocar, sequer triscar.
Ele enxerga com seu corpo, e então ...
Nem uma gota.Se protege.
Sem sangrar.
Olha bem no fundo dos olhos do medo.
E sabe que todos ... sem excessão o tem.
A tática de ver ... Olhos.
Vive sim e Vive mais !
Frio ( Por Alex )
Ao cume das torres,
e pela copa da mais alta árvore,
os úmidos telhados,
incessante neblina,
de olhares congelados,
o frio.
Calor. Calor. Calor.
Calor é tudo.O calor de suas mãos,
de seu olhar,
de seu toque.
Calor solar sobre os seus e os meus cabelos,
sentindo os ombros esquentarem.
Quando tudo parece perdido e olho pela janela, vejo-o
Não o esperava, mas lá está ele brilhando ...
O Sol !
Vejo Você.
Vejo nós Dois.
E sinto que tudo ...
Absolutamente Tudo ... está Salvo.
Tiro ( Por Alex )
Há uma festa com pessoas desconhecidas.
Adiante um homem.
Este que já esteve e habitou sonhos.
Feio e a princípio ... sem cicatrizes.
Em seu rosto e de repente ... marcas irreconhecíveis ...
A pensar: Como as adquiriu ?
Sorriu sendo que suas cicatrizes em sua gengiva ficaram expostas ... havia perdido dentes.
Tudo passou e rápido, desvio de olhar, e então ... vampirescamente ... ele os direcionou a sua comparsa.
Avisando-a sobre a presença.
Fuga do espaço, festa rápida, sem ninguém perceber movimentação.
Ao encontrar a porta, corrida, muita.
Saí em disparada por ruas e becos.
Em alguns momentos a vê-lo, em outros a achar que havia despistado-os.
Ao fim reconheci o lugar, sendo a rua infância vivida até os sete anos.
Encontra a casa da avó, pai e tia.
Opta por entrar no quintal mais próximo.
Lá há muita sombra e penumbra.
Um bom esconderijo.
Agacha-se.
Diante da porta.
De entrada da casa.
Que estava cerrada.
Resolvi então ...
Optar pelo silêncio.
Medo, ofegante assustado.
Bem na entrada do portão.
Cerca de cinco metros de mim.
Portão travado não se entra.
Logo ...
Uma arma.
Aponta-se e dispara-se ...
A bala sai sem força não em linha reta.
O percurso realizado chega a atingir o pescoço.
Sente-se o impacto, apesar da falta de força.
Atingi-se o lado esquerdo.
Olhe !!! Em seus olhos o prazer em ter conseguido o que queria.
Dor de impacto.
Porém Vivo ! Imortal ! Trascende !
Ao lugar da bala ...
Rubia gota de sangue ...
Nasce-se uma Flor !
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