O Pior Dia do Ano ( Por Alex )

Acordo ...

Como uma eterna busca e uma luta pela não desistência ...

Vou ...

Pro trabalho, pras responsabilidades, pra vida ...

Acredito na vida, mesmo estando tão próximo da morte.

...

O tempo passou ...

Foram-se mais seis longos meses, mais um fechamento de ciclo de vida e morte.

Justo no último dia e achando possível a contemplação da Vida com o outro.

Ele era dourado, lindo besouro bem no centro do mundo.

Grande, Robusto, Imponente.

...

Vendo uma possibilidade, ''o'' chamei pra olhar.

Juro que ... Não esperava.

Com a maior indiferença e violência ...

Passos firmes e retilíneos,

Esmagou-se a Vida Dourada ...

Por menor que fosse, estava ali, bem ali.

Fiquei boquiaberto.

Encerrei tudo, ali mesmo, findou-se.

...

Mesmo aqui ...

Tentando falar o que não se pode falar.

Por uma questão mental, eu diria, limitada, pré-histórica mesmo.

Enfim ...

Não se pode confiar cegamente, não se pode acreditar tão entregue e assim ...

Lido!

Com seres primitivos, ogros, retrocedentes de si mesmos.

Mesmo não estando preparado, lido.

É o que está bem a minha frente.

E levo ... pra tudo e pra todos os lados.

Pra terapia, esvaziando pra poder encher.

...

É tão desesperador que gargalho.

É tão assutador que transformo-me em estátua.

O que é a mente humana ?!

Ps.: Se eu pudesse falar tudo ...

Era uma vez ... ( Por Alex )




Era uma vez ...




Um peixe que era pássaro e que amava louca e apaixonadamente um pássaro que era peixe.



Eles encontraram-se em meio ao Mar e ao Céu ... ambos em seus mundos ...




O peixe acredita no que é real, na verdade com os seus próprios olhos sempre direcionados para o mundo, no agradável, no inofensivo, nas situações como realmente são, na tranquilidade, na paz, no olhos nos olhos ...




O pássaro acredita no amor, na afeição, no incondicional, na inclinação, na atração, no apetite, na paixão, no querer bem, na satisfação, na conquista, no desejo e na libido ...




Foi então que uma sublime e misteriosa libélula que respondia ao nome de '' Compreensão '', disse aos dois, acreditem em suas escolhas e acreditaram em si mesmos. ...




Então ...




O peixe conssentiu que o pássaro adentra-se o seu mundo ... e o pássaro permitiu que o peixe vivencia-se sua realidade ...




... Eles eram coloridos, bonitos, viçosos e radiantes




... Ambos tinham asas o que os permitia o encontro, a realização, e de asas dadas voaram livremente com todas as suas crenças, diferenças e questões todas tão semelhantes, viscerais, intrínsecas ...




... Como um aval do divino eles tiveram permissão e consentimento ... para acreditar neles mesmos.

Buena Vista Social Club ( Filme )



Em 1996, o premiado músico Ry Cooder reuniu alguns dos maiores nomes da história da música cubana para gravar o álbum Buena Vista Social Club, premiado com o Grammy. Este filme é inspirado neste trabalho e traz as participações de músicos lendários como Ibrahim Ferrer, Rubén González, Eliades Ochoa, Omara Portuondo, Compay Segundo, entre outros, além do próprio Ry Cooder e de seu filho Joachim. Fascinado por estes personagens incríveis e suas músicas extraordinárias, Wenders foi até Havana para documentar a cooperação e a amizade entre Cooder e seus amigos veteranos, agora conhecidos no país como os superavôs. Filmou também as apresentações do grupo em Amsterdã, além de um concerto triunfante no Carnegie Hall, em Nova York, em 1998.

Pollock ( Filme )



O filme Pollock conta a história de um dos maiores pintores dos EUA do século 20, que nasceu em 1912 e faleceu em 1956 em uma acidente de carro, mostrando a trajetória da fama à decadência do pintor ao longo da vida. Sendo artista do movimento expressionismo abstrato a “action painting”, esta técnica o consagrou. Suas telas possuíam furiosos borrões e pingos de tintas- ao jugo imposto pela mulher também artista plástica Lee Krasner (Marcia Gay Harden), que se dedica a promover os trabalhos do marido. Mas o alcoolismo acaba com a carreira promissora do Pollock no qual seus quadros transmitiam uma realidade torturadora.Ele acaba se envolvendo com outras mulheres, afetando desta maneira o seu casamento com Lee Krasner.

...

Memórias de uma Gueixa ( Filme )




Chiyo (Suzuka Ohgo) foi vendida a uma casa de gueixas quando ainda era menina, em 1929, onde é maltratada pelos donos e por Hatsumomo (Gong Li), uma gueixa que tem inveja de sua beleza. Acolhida por Mameha (Michelle Yeoh), a principal rival de Hatsumomo, Chiyo ao crescer se torna a gueixa Sayuri (Zhang Ziyi). Reconhecida, ela passa a desfrutar de uma sociedade repleta de riquezas e privilégios até que a 2ª Guerra Mundial modifica radicalmente sua realidade no Japão.

Palavras de Shotaro Shimada

Se você está respirando mal, mais cedo ou mais tarde vai ter comprometimento, mesmo que seja um cansaço anormal, uma insatisfação, uma depressão. (...) Como a respiração está intimamente conectada com a atividade fisicomental do individuo, ao reduzir a respiração, você estará diminuindo a sua agitação e se proporcionando uma condição para se concentrar e meditar.


Prof. Shotaro Shimada, in memorian - Revista Planeta, Dez 2008.

All Saints - Pure Shoes ( Música )


Cruzei quilômetros de deserto
Nadei por muitas águas
Procurando lugares
Algo que eu possa chamar de meu (estou chegando, estou chegando)
Algo que eu possa chamar de meu (estou chegando, chegando mais
perto de você)
Atravessei muitos pântanos, entrei por muitas portas
O lugar onde quero estar
É aquele que posso chamar de meu (estou chegando, estou
chegando)
É aquele que posso chamar de meu (estou chegando, estou chegando
mais perto de você)
Estou chegando, estou me aproximando, você pode ouvir que ouço?
Algo o chama, querido, de muito longe
(leve-me para a praia)
Posso ouvir algo chamando-o Estou chegando, não me afogo nado para perto de você
ooh ooh
Nunca estive aqui antes, estou certa de que fui enganada
Procurando por algo mais
Tenho algo que é só meu
Tenho algo que é só meu
Chegando, aproximando, você pode ouvir que ouço? (ouvir de muito
longe)
Posso ouvir algo chamando-o
nadando mais perto de você
Vi muitos rostos
Estive em muitos lugares
Caminhei por desertos, nadei ao longo de costas (estou chegando
mais perto de você)
Conheci muitos rostos, aprendi ao longo do caminho
Estou chegando sozinha (chegando mais perto de você)
Estou chegando, eu sinto
Estou me aproximando (aproximando) não me afogando (afogando)
Estou chegando, eu sinto (sinto isso)
Estou me aproximando (aproximando) não me afogando (afogando)

Sandra ( Por Alex )


Conheci a Sandra a mais ou menos um ano. São tantas pessoas na minha pós, que não dá tempo de conversar com todos. Bonita, casada, cabelos grisalhos, mais de cinqüenta anos.
Um dia minha amiga Luciana faltou. Fui almoçar com a Sandra. Neste dia pudemos nos conhecer melhor. Falamos sobre família, trabalho, relações. Ela falou sobre aspectos muito particulares da minha vida e família. Falou sobre energia, buscas e desbloqueios necessários a serem realizados. Fiquei muito tocado com suas palavras. Foi como se ela entrasse na minha mente e me esclarecesse uma série de aspectos que nem eu sabia.
Conversamos por mais de uma hora numa esquina e tudo foi muito esclarecedor. Falamos sobre chakras, doação e roubo de energia vital, aura.
Após sua partida tomei um café. Eu estava bem. Caminhei para conseguir pedir fogo a alguém para acender um cigarro. Quando acendi, percebi que eu estava sem destino, sem rumo. A rua já não era a mesma de sempre, algo estava diferente, eu olhava para as pessoas e passei a ver cores.
Foi estranho, pois as pessoas ocupavam mais espaço que o normal. Fiquei assustado. Atravessei a mesma rua três ou quatro vezes. Olhei algumas vitrines e um estranho surgiu do nada. Me perguntou onde era o Mackenzie.
Eu estava na Liberdade e disse que ficava bem longe. Desde o início, quando ele me olhou, senti uma agressividade, uma energia pesada e ruim. É, me dei conta que eu estava sentindo completamente sua energia.
Me pediu um cigarro e veio em cima de mim, como se me invadisse. Dei o cigarro que eu estava fumando e disse que era o último. Foram segundos muito longos.
Quando sai de perto dele fiquei mais aliviado. Voltei para a faculdade, pois lá me sentiria seguro, num lugar conhecido.
Tudo isso se deu e foi como se uma fenda se abrisse no céu. Não pude negar a fenda, adentrei-a.
Depois desse dia passei a ver a aura das pessoas, de leve, mas vejo. Sei que é necessário empenho, treinamento e estudo. Foi fantástico, uma grande experiência, pois é como se algo estivesse ali e eu nunca tivesse visto.

Pra você, mais um você ... ( Por Alex )


Você me vem
É simples e tranqüilo
Não esperava,
Na verdade ...
Nem acreditava ...
Em determinados momentos
A impressão de um único corpo
Uma fusão da lava quente
Com o mar gelado
Que petrifica, que dura,
Que senti e perdura
Gosto da sincronia
Dos braços e pernas
Dos beijos e abraços
Do toque sutil
Do silêncio
E das palavras
Ouço
Bater o coração
E me percebo veia
Me sinto sangue
Se olho acima ...
Vejo cores
Cores que tomam conta
Percebo-me inteiro
E dou-me conta
Do encontro
Das almas.

Na certeza de encontrá-lo ( Por Alex )

Cheguei ao seu prédio com uma amiga ...
Não sabia que ela me levaria até lá. Ou que você estaria lá.
Iríamos ao terceiro andar.
Ironicamente você abriu o portão principal, não porque chamamos, mas porque tinha que ser.
Ao primeiro andar, torpor, cheiro de enxofre, sexo ensangüentado, festas e seres de outros mundos.
Ao segundo andar, sua casa, com os resíduos da mesma festa, mas era pior, pois havia poeira por cima de tudo.
A poeira era o seu acreditar em algo já não mais acreditável.
Senti a presença e vi resíduos humanos vivos, e outros quase desencarnados.
Eu não ia a sua casa, mas você fez questão que eu relatasse com meus próprios olhos...
Que eu visse talvez o piores dos karmas.
Sua união torta com ele, onde era despejado em suas costas todo medo e angústia ...
De alguém que você não tinha, não tem ... obrigação de carregar.
Seu ‘’torto amor’’ estava praticamente desmaiado e em total estado alterado por substâncias.
Fulminou-me com o olhar, apesar de não me conhecer, acredito que seja avesso das almas.
Minha Paz incomodou-o.
Senti um baque e vi os supostos amigos a levantá-lo.
E eu a porta, após sua vontade de que eu presenciasse tudo aquilo.
Trouxeram-no até mim e senti uma batalha de vidas passadas, bem diante dos meus olhos ...
A dele quase nem habitava mais um corpo, nem a consciência.
A minha abalada, mas firme, íntegra.
Ele foi arrastado pelas escadas por mais dois, mal colocava os pés no chão.
Vomitava em meio à escada escura que já era nojenta, liguenta.
Todos trocavam as pernas na escada e acredito que ele não foi muito bem cuidado.
Voltei-me para a porta do apartamento do segundo andar, vi ...
Cortinas com espíritos torpes e pesados, móveis amontoados sem nenhuma alma, colchões repletos de filhos nunca fecundados.
Tive ânsia, medo, pavor, angústia, pressa, descontrole.
Em minhas mãos havia pequenas mudas de plantas ...
Corri pelas escadas abaixo, deixando-as caírem ao chão.
Corri em meio à rua, não vi carros, não olhei para trás.
Se um carro me pegasse não seria nada mal, talvez eu esquecesse todo o horror.
Atravessei a via, achando que seria seguido por algumas daquelas almas negras.
Perdi minha amiga em meio à orgia, pavores, medos e horrores.
Entrei em um comércio, mãe e filha ao balcão.
Pedi um maço de cigarros, precisava fumar, mesmo já não fazendo isso há muito tempo.
Recebi um sorriso delas, eram gordas e afáveis, sem intenção ... li suas mentes.
Sem nem saber já eram praticantes de uma religião divina e conversamos sobre isso.
As palavras trouxeram-me proteção e coragem.
Olhei novamente para o prédio, agora o vendo de fora.
No primeiro andar vi falsos sorrisos em meio a festa que seguia ... bebidas fétidas e repugnantes,
olhares vampirizados assustadores.
No segundo andar vi você, sozinho, olhando para mim, pedindo ajuda, que o tirasse dali!
E perguntei-me ... O que existe no terceiro andar ? ...

O Leitor ( Filme )




Um adolescente se apaixona por uma mulher mais velha e vive intenso romance. De uma hora para outra, ela some de sua vida. Cerca de oito anos depois, ele reencontra essa parte de seu passado ao participar de um polêmico julgamento de crimes cometidos pelos nazistas na segunda grande guerra.
...
Linda cena quando ele a reencontra no refeitório da prisão! Quase morri de chorar!

O Menino de Pijama Listrado ( Filme )




Bruno tem nove anos e não sabe nada sobre o Holocausto e a Solução Final contra os judeus. Também não faz idéia de que seu país está em guerra com boa parte da Europa, e muito menos de que sua família está envolvida no conflito.
Na verdade, Bruno sabe apenas que foi obrigado a abandonar a espaçosa casa em que vivia em Berlim e mudar-se para uma região desolada, onde ele não tem ninguém para brincar nem nada para fazer. Da janela do quarto, Bruno pode ver uma cerca, e, para além dela, centenas de pessoas de pijama, que sempre o deixam com um frio na barriga.
Em uma de suas andanças Bruno conhece Samuel, um garoto do outro lado da cerca que curiosamente nasceu no mesmo dia que ele. Conforme a amizade dos dois se intensifica, Bruno vai aos poucos tentando elucidar o mistério que ronda as atividades de seu pai. O menino do pijama listrado é uma fábula sobre amizade em tempos de guerra, e sobre o que acontece quando a inocência é colocada diante de um monstro terrível e inimaginável.
...
Sem palavras quando o filme acaba ...

As Aventuras de Azur e Asmar ( Filme )



Azur e Asmar foram criados por Jeanne, mãe de Asmar. Um, louro de olhos azuis; outro, moreno de olhos pretos. Os meninos cresceram juntos, como irmãos, encantados pelas histórias sobre a Fada dos Djins. A partida de Jeanne separa os dois meninos abruptamente. Já adultos, eles se reencontram. Desta vez como rivais na busca pela Fada, que os leva a atravessar o reino encantado do Maghreb, repleto de perigos e aventuras.
...
Linda animação, tão tocante como As Bicicletas de Belleville !

Nasrudin visita a Índia ( Conto )


O célebre e contraditório personagem sufi Mulla Nasrudin visitou a Índia. Chegou a Calcutá e começou a passear por uma de suas movimentadas ruas. De repente viu um homem que estava vendendo o que Nasrudin acreditou que eram doces, ainda que na realidade fossem chiles apimentados.

Nasrudin era muito guloso e comprou uma grande quantidade dos supostos doces, dispondo-se a dar-se um grande banquete. Estava muito contente, se sentou em um parque e começou a comer chiles a dentadas. Logo que mordeu o primeiro dos chiles sentiu fogo no paladar.

Eram tão apimentados aqueles “doces” que ficou com a ponta do nariz vermelha e começou a soltar lágrimas até os pés. Não obstante, Nasrudin continuava levando os chiles à boca sem parar. Espirrava, chorava, fazia caretas de mal estar, mas seguia devorando os chiles. Assombrado, um passante se aproximou e disse-lhe:

- Amigo, não sabe que os chiles só se comem em pequenas quantidades?

Quase sem poder falar, Nasrudin comentou:

- Bom homem, creia-me, eu pensava que estava comprando doces.

Mas Nasrudin seguia comendo chiles. O passante disse:

- Bom, está bem, mas agora já sabes que não são doces. Por que segues comendo-os?

Entre tosses e soluços, Nasrudin disse:

- Já que investi neles meu dinheiro, não vou jogá-los fora.

O Grande Mestre disse: Não sejas como Nasrudin.

Toma o melhor para tua evolução interior e joga fora o desnecessário ou pernicioso, mesmo que tenhas investido muito dinheiro ou tempo neles.

Yoga


Yoga é uma disciplina muito antiga. Yoga significa tanto um método quanto um resultado atingido. É um meio e um fim. Quando compreendemos estes conceitos básicos de forma clara, os equívocos desaparecem.

Yoga significa essencialmente a integração da personalidade em todos os níveis possíveis: físico, mental, social, intelectual, emocional e espiritual.

O Yoga é como um velho sábio que, vindo de terras distantes, muda-se para o nosso bairro. É, ao mesmo tempo, esquisito em seus trajes e admirável em seus gestos; atrai-nos com sua serenidade de quem já sabe as respostas, mas ao mesmo tempo não é de falar muito; e, quando fala, às vezes fala em outra língua. Foi gerado, criado, educado e mantido por outro mundo, que sabemos ser muito diferente do nosso, mas não sabemos direito como. Apesar disso tudo, o fato é que todos os que têm o prazer de conhecer este simpático velhinho saem por aí falando muito bem dele. Parece que ele tem o poder de melhorar a vida das pessoas que convivem com ele. Por isso, ficamos curiosos em saber mais sobre o Yoga.
Comecemos pela origem de seu nome, Yoga.

Esta palavra é muito antiga, vem do sânscrito, falado por um povo no norte da Índia, já por volta de um milênio antes de Cristo. Este povo se auto-intitulava arya (‘’andarilho’’), e quando chegou à Índia, talvez antes de 2000 a.C.(...), seus ’’parentes’’ já haviam se espalhado por quase toda a Europa, tornando-se os ancestrais dos povos gregos, romanos, celtas, teutônios, eslavos, etc.

Por isso o sânscrito acaba sendo ‘’parente distante’’ do latim, do grego, e por implicação, também do português moderno. Etimologicamente chegamos ao português ‘’jugo’’, por meio do latim iungere, iugo, correlatos da raiz sânscrita YUJ, ‘’jungir, atrelar. Yoga é tanto um ‘’jugo’’(um domínio que se exerce sobre algo) quanto uma ‘’junção’’(uma união, o atrelamento de uma coisa a outra).

Originalmente a palavra Yoga significa ‘’união’’ ou ‘’integração’’. A interpretação destes termos deve ser feita em todos os sentidos da personalidade humana, do mais simples ao mais amplo: a ‘’união’’da criatura com o Criador, da parte com o ‘’Todo’’, ou mesmo, ‘’o caminho de volta’’.

Yoga é meditação.

Yoga é ainda o estado mais profundo de meditação, conhecido como samadhi – o que também é um sinônimo de saúde perfeita.

Patañjali


Patañjali, que se acredita ter vivido em torno de 200 a.C., é considerado uma grande autoridade em Yoga. Foi o primeiro autor a organizar o conhecimento yóguico num sistema compreensível. Seus escritos estão em forma de sutras. Sutra significa uma frase compacta, sem ambigüidades, significativa, abrangente, despida de palavras supérfluas e sem falhas.

(...) a técnica do Yoga segundo Patañjali, implica muitas categorias e práticas fisiológicas e exercícios espirituais (chamados anga, ‘’membros’’) que devem ser aprendidos por quem deseja obter a ekagrata, e por fim, a concentração suprema, samadhi.

Ekagrata, a concentração em um único ponto, tem como resultado imediato a censura pronta e lúcida de todas as distrações e de todos os automatismos mentais que dominam, ou, mais precisamente, constituem a consciência comum.

Estes membros do Yoga podem ser considerados ao mesmo tempo como um grupo de técnicas e como etapas do itinerário ascético espiritual, cujo fim último é a liberação definitiva.

Patañjali sugere que o treinamento de atitudes é muito importante. Vitarkas, modos irracionais de comportamento como himsa (matar), asatya (mentir), steya (roubar), etc, trazem infelicidade e ignorância, ao que se segue uma corrente de resultados negativos.

Patañjali aconselha sobre o Yoga:
1) pratique por longo tempo,
2) pratique continuamente,
3) pratique com decisão firme e convicção.

Cada classe (anga) de práticas e de disciplinas tem um fim bem específico. Patañjali hierarquiza esses ‘’membros’’ do Yoga de tal maneira que o praticante não possa omitir nenhum, salvo em certos casos. Os dois primeiros grupos yamas e niyamas, constituem, evidentemente, as preliminares inevitáveis de qualquer ascese; não apresentam, portanto, nenhuma particularidade específica do Yoga. Os refreamentos (yama) purificam de algumas faltas reprovadas por toda moral, mas toleradas pela vida social. Ora, os preceitos morais não podem ser transgredidos – ainda que isso se dê na vida social – sem risco imediato para aquele que busca a liberação. No Yoga, toda falta mostra de imediato suas conseqüências.

O sistema ‘’ióguico’’ exposto por Patañjali há mais ou menos dois milênios, conhecido como o ‘’Yogasutra de Patañjali’’, é constituído de oito partes:

1º e 2º - Yamas e Niyamas: normas de conduta e atitudes para os que almejam saúde mental.

3º - Asana: posturas psicofísicas ou atitudes corporais.

4º - Pranayama: controle dos impulsos respiratórios.

5º - Pratyahara: abstração dos sentidos.

6º - Dharana: concentração.

7º - Dhyana: meditação.

8º - Samadhi: meditação profunda.

Rede ( Por Alex )


Lá estava eu sentado à rede, cobertor nas pernas, blusas para aquecer, as mãos geladas a segurar o livro grosso e interessante.

Leio com atenção, tomo um café, me arrumo na melhor posição, olho o curto horizonte, ouço o canto das andorinhas e o balançar das folhas.

Vez ou outra dou um toque no chão com a ponta dos pés pra sentir o oscilar do meu corpo, suspenso entre a terra e o ar.

Concentrado na leitura consigo absorver cada palavra, cada assunto, cada conclusão, cada desfecho.

Ler é simplesmente um prazer, um dom, me tele-transporto para onde quiser, intrínseco à história, entendendo e sendo cada personagem, que privilégio ... posso ser qualquer ser que existe e não existe no multi-universo.

Quantos sentimentos, quantas experiências, quantas épocas, quantos lugares, quantas paisagens, quanto ... quanto.

Só posso ser o todo, como é bom ter de um tudo dentro de mim.

Seja durante o dia ou ao entardecer é um prazer infinito aproveitar este momento, é meu, todo meu, cada segundo, cada instante, cada milésimo ...

Patos ( Por Alex )


Havia uma calçada feita de ladrilhos e pedras, todos muito coloridos. Dia de sol.

Caminhava tranqüilo quando cruzei o portão verde-água, todo angelical. O quintal comprido todo em grama e nas laterais muitas flores.

Uma casa aconchegante e pequena ao longo do quintal. Foi quando ouvi grasnados e avistei três pequenos patos amarelos.

Atraíram-me e então os segui. Eram possuidores de uma magia. A cada momento grasnavam mais alto e a atração era cada vez maior.

Dei-me conta que havia um rio que corria no fundo da casa.

Os três adentraram o rio raso e límpido, estavam me chamando. Molhei os pés e fui. Segui cabisbaixo com o olhar fixo. Após alguns metros eles já não me chamavam mais a atenção.

Dei-me conta que estava de frente com um homem sentado em uma grande pedra. No contorno da pedra havia uma vegetação alta. Era seu trono.

Em poucos instantes o céu estava negro o tempo parou e não ouvi mais nada.

Sentado e com os pés fincados na rocha, trajava calças de pescador abaixo dos joelhos, uma bata velha e chapéu de palha, todo em tons de bege.

Era impossível ver seu olhar devido ao seu chapéu. Seu movimento de braço tragando seu cigarro de palha e baforando aquela fumaça era simplesmente assustador.

Sua presença era pavorosa.

Pensei em voltar, correr, mas a água estava na altura dos joelhos e jamais teria coragem de lhe dar as costas.

Fui obrigado a sentir toda sua presença, baforando e movimentando seu braço lento para sua tragada intensa.

Não houve uma única palavra.

Falamo-nos apenas pela presença espiritual que era muito forte.

Logo percebi que algo nele também era meu.
E então o medo se esvaiu como a água que corria.

O Rei de Benares e o Rei de Kosala ( Conto )


O Rei de Benares e o Rei de Kosala encontraram-se uma vez no caminho. Cada um deles conduzia a sua carruagem pelo meio da estrada e nenhum deles quis dar passagem ao outro.


O condutor do Rei de Benares tentou resolver o problema, deixando passar primeiro o mais velho dos dois reis. Contudo, os soberanos eram da mesma idade.


Em seguida, perguntou-lhes qual era a extensão dos seus reinos. Ambos governavam reinos de trezentas léguas. As suas riqueza e família também eram semelhantes.


Finalmente pensou “Vou deixar passar o mais justo” e perguntou ao cocheiro do Rei de Kosala:


— Que tipo de justiça é a do teu rei?


Este proclamou assim as virtudes do seu rei:
Vence o forte pela força.
Vence o manso pela mansidão.
Conquista os bons pela bondade
E os maus pela maldade.
Tal é a natureza deste rei!
Agora, sai do caminho!


Mas o cocheiro do Rei de Benares não se deixou impressionar e pensou ...

“Se estas são as suas virtudes, quais serão os seus defeitos?”

Começou então a recitar, a propósito do seu soberano:
Conquista a ira com a calma.
Com a bondade a maldade.
Conquista o avaro com prendas,
E com verdade o mentiroso.
Tal é a natureza deste rei!
Agora, sai do caminho!


Quando o Rei de Kosala e o seu cocheiro ouviram estas palavras, desceram da carruagem e deixaram passar o Rei de Benares.

Rollo May


Muitas pessoas estão ocupadas só para disfarçar a ansiedade; seu ativismo é um modo de fugir de si mesmas. Elas obtêm um pseudo e temporário senso de vivacidade correndo de um lado para o outro, como se estivessem realizando algo só pelo fato de se movimentarem, ou como se estarem ocupadas fosse uma prova de sua importância.



...



Não há amor sem coragem e não há coragem sem amor.

Sören Kierkegaard


Ousar é perder o equilíbrio momentaneamente. Não ousar é perder-se.


...


Ame profunda e apaixonadamente. Você pode sair ferido, mas essa é a única maneira de viver a vida completamente.


...


A fé é a mais elevada paixão de todos os homens.


...


Sem pecado, nada de sexualidade, e sem sexualidade, nada de História.


...


A porta da felicidade abre só para o exterior; quem a força em sentido contrário acaba por fechá-la ainda mais.


...


Sofrer, é só uma vez; vencer, é para a eternidade.


...


Não há nada em que paire tanta sedução e maldição como num segredo.

Khalil Gibran


Um livro é como uma janela.
Quem não o lê, é como alguém que ficou distante da janela e só pode ver uma pequena parte da paisagem.


...


Numa só semente de trigo há mais vida do que num montão de feno.

Metade - Oswaldo Montenegro


Composição: Oswaldo Montenegro


Que a força do medo que tenho

Não me impeça de ver o que anseio

Que a morte de tudo em que acredito

Não me tape os ouvidos e a boca

Porque metade de mim é o que eu grito

Mas a outra metade é silêncio.

Que a música que ouço ao longe

Seja linda ainda que tristeza

Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada

Mesmo que distante

Porque metade de mim é partida

Mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo

Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor

Apenas respeitadas

Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos

Porque metade de mim é o que ouço

Mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora

Se transforme na calma e na paz que eu mereço

Que essa tensão que me corrói por dentro

Seja um dia recompensada

Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.

Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso

Que eu me lembro ter dado na infância

Por que metade de mim é a lembrança do que fui

A outra metade eu não sei.

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria

Pra me fazer aquietar o espírito

E que o teu silêncio me fale cada vez mais

Porque metade de mim é abrigo

Mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta

Mesmo que ela não saiba

E que ninguém a tente complicar

Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer

Porque metade de mim é platéia

E a outra metade é canção.
...
( Em homenagem a você, pessoa tão especial que surgiu na minha vida ! )